São Paulo, Terça-feira, 08 de Junho de 1999
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Meligeni nega Wimbledon

da Reportagem Local

O tenista-sensação do Brasil, Fernando Meligeni, número dois do país, disse ontem que não disputará o mais charmoso torneio do circuito mundial.
Meligeni, semifinalista do Aberto da França, "imitou", com outras palavras, o argentino Guillermo Vilas, que sempre teve dificuldades no piso do torneio inglês e sentenciou que "a grama é para as vacas". Em 97, o chileno Marcelo Ríos usou a mesma expressão.
"Não curto muito a grama. Ela é feita para jogar futebol. (A grama) não chama minha atenção", declarou Meligeni.
Ele justificou de duas maneiras sua forma de pensar.
Primeiro, disse que no Brasil não há quadras de grama para que se possa treinar adequadamente (o piso predominante é o saibro, bem mais lento).
Depois, relembrou seu único resultado na grama, justamente em Wimbledon, em 1994: uma derrota massacrante, por 3 sets a 0 (6/1, 6/3 e 6/4), para o croata Goran Ivanisevic.
"Sou realista. Não sou bom no piso, então não vou. Prefiro ficar em casa", resumiu ele.
Mesmo supondo-se que, após o resultado em Roland Garros, ele seria um dos centros das atenções em Wimbledon, Meligeni não se alterou.
"Comigo não tem oba-oba. Não é porque consegui um bom resultado que vou sair por aí andando de carro vermelho", afirmou, em alusão ao atacante da seleção brasileira Ronaldinho, que na semana passada desfilou pelas ruas do Rio com sua nova Ferrari.
"Nada contra o Ronaldinho, mas não faço oba-oba."
Mas a grama é o único piso que Meligeni desgosta. Apesar de preferir o saibro, não crê que vá cair no ranking por disputar, no segundo semestre, torneios em outras superfícies.
"Nunca falo: "Ah, meu Deus, vou jogar no carpete, vou jogar no cimento". Tento fazer meu melhor em qualquer lugar."
"Ele está iluminado neste momento. Pela primeira vez rompeu a barreira dos 30 (melhores do mundo). Como sempre quer mais e está muito motivado, tem chance de ir além", disse o técnico Ricardo Acioly.
Nesta semana, Meligeni descansa. Depois, inicia treinos para o Torneio de Gstaad e para a Copa Davis -o Brasil pega a França, em julho. (LUÍS CURRO)


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