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Meligeni nega Wimbledon
da Reportagem Local
O tenista-sensação do Brasil,
Fernando Meligeni, número
dois do país, disse ontem que
não disputará o mais charmoso
torneio do circuito mundial.
Meligeni, semifinalista do
Aberto da França, "imitou",
com outras palavras, o argentino Guillermo Vilas, que sempre teve dificuldades no piso do
torneio inglês e sentenciou que
"a grama é para as vacas". Em
97, o chileno Marcelo Ríos
usou a mesma expressão.
"Não curto muito a grama.
Ela é feita para jogar futebol. (A
grama) não chama minha
atenção", declarou Meligeni.
Ele justificou de duas maneiras sua forma de pensar.
Primeiro, disse que no Brasil
não há quadras de grama para
que se possa treinar adequadamente (o piso predominante é
o saibro, bem mais lento).
Depois, relembrou seu único
resultado na grama, justamente em Wimbledon, em 1994:
uma derrota massacrante, por
3 sets a 0 (6/1, 6/3 e 6/4), para o
croata Goran Ivanisevic.
"Sou realista. Não sou bom
no piso, então não vou. Prefiro
ficar em casa", resumiu ele.
Mesmo supondo-se que,
após o resultado em Roland
Garros, ele seria um dos centros das atenções em Wimbledon, Meligeni não se alterou.
"Comigo não tem oba-oba.
Não é porque consegui um
bom resultado que vou sair por
aí andando de carro vermelho", afirmou, em alusão ao
atacante da seleção brasileira
Ronaldinho, que na semana
passada desfilou pelas ruas do
Rio com sua nova Ferrari.
"Nada contra o Ronaldinho,
mas não faço oba-oba."
Mas a grama é o único piso
que Meligeni desgosta. Apesar
de preferir o saibro, não crê que
vá cair no ranking por disputar,
no segundo semestre, torneios
em outras superfícies.
"Nunca falo: "Ah, meu Deus,
vou jogar no carpete, vou jogar
no cimento". Tento fazer meu
melhor em qualquer lugar."
"Ele está iluminado neste
momento. Pela primeira vez
rompeu a barreira dos 30 (melhores do mundo). Como sempre quer mais e está muito motivado, tem chance de ir além",
disse o técnico Ricardo Acioly.
Nesta semana, Meligeni descansa. Depois, inicia treinos
para o Torneio de Gstaad e para
a Copa Davis -o Brasil pega a
França, em julho.
(LUÍS CURRO)
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