São Paulo, segunda-feira, 08 de julho de 2002

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VÔLEI

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CIDA SANTOS
COLUNISTA DA FOLHA

Esqueça os pódios e as medalhas. Os tempos são de recomeço na seleção brasileira feminina de vôlei. Sem cinco titulares, que pediram dispensa, e em busca de experiência, a equipe estréia contra a Alemanha, nesta sexta-feira, no Grand Prix, uma das principais competições do calendário do vôlei.
Triste sina para um time que foi medalha de bronze nas duas últimas Olimpíadas. Esta coluna tem recebido e-mails de leitores querendo saber de quem é afinal a "culpa" pela atual situação da equipe: do técnico ou das jogadoras que pediram dispensa?
Difícil responder. Talvez mais importante do que procurar culpados seja dividir as responsabilidades entre quem abandonou e quem continuou no barco. O certo é que quem deixou o time é tão responsável pelas futuras derrotas como quem permaneceu. E os prejuízos serão de todos.
A seleção hoje vive a renovação mais radical da sua história. Saíram da equipe cinco titulares: Virna, Fofão, Érika, Raquel e Waleswska. Diferente de épocas passadas, não é possível fazer uma transição mais suave de gerações, com uma mescla entre jogadoras novatas e experientes.
Desta vez, entre as atletas que pediram dispensa, estão algumas que já faziam parte da renovação, como Érika e Walewska, as duas com 22 anos. Ou seja, é a renovação da renovação. Das 12 jogadoras que vão ao Grand Prix, só Karin Rodrigues tem experiência mesmo em seleção adulta.
Para complicar a situação, as duas principais atacantes da nova versão do time, montado por Marco Aurélio Motta, não vão ao Grand Prix. Jaqueline, eleita a melhor jogadora do último Mundial juvenil, está com problemas de circulação na mão. Kátia, a atacante mais eficiente da Superliga, machucou o joelho.
Pelo que tudo indica, a base do time deverá ser a levantadora Marcelle, Luciana como oposta; Sassá e Paula nas pontas; Valeskinha e Karin pelo meio. A líbero será Fabi, já que Arlene, por causa das contusões de Kátia e Jaqueline, será usada como uma opção de atacante passadora.
O que mais incomoda é que seria uma boa temporada para o Brasil conseguir alguns resultados, devido à situação das outras equipes. Grandes seleções, como Cuba, também passam por um período de renovação e não são mais adversários tão poderosos.
O Grand Prix será um bom teste. Além do Brasil, vão participar do torneio Alemanha, China, Cuba, Rússia, EUA, Japão e Tailândia. É certo que a seleção viaja sem a obrigação de resultado, mas a pressão vai estar presente. Afinal, o Brasil atravessou os últimos anos como um dos quatro melhores do mundo.
Mas quem sabe até o Mundial, que tem início dia 30 de agosto na Alemanha, o quadro melhore um pouco. O técnico Marco Aurélio Motta diz que não fechou as portas da seleção para as jogadoras que pediram dispensa. Ele diz que as atletas podem voltar, desde que haja uma mudança de atitude delas. Também não adianta a turma retornar e o clima ficar pesado. Atletas e comissão técnica devem estar dispostos a rever suas posições.
O futebol brasileiro é um exemplo. Na Copa do Mundo, o time mostrou que um grupo unido é o primeiro requisito para chegar ao sucesso. Não por acaso, a seleção brasileira passou a ser chamada de família Scolari.

Porto Rico
O atacante Kid está disputando o Campeonato de Porto Rico ao lado de mais nove jogadores estrangeiros. O torneio tem a participação de dez equipes. O Vaqueros de Bayamon, time de Kid, está em quarto lugar. O líder é o Caribes de San Sebastian, do norte-americano Millar, seguido do Patriotas de Lares, do venezuelano Mathews. O destaque entre os atletas estrangeiros é o espanhol Rafael Pascual, mas o seu time, o Playeros de San Juan, não vai bem: é o lanterninha.

Transferências
O atacante André Nascimento, titular da seleção brasileira e tricampeão nacional pelo Minas, vai jogar a próxima temporada na Grécia. Ele já acertou tudo com o Panathinakos. André terá como companheiro de equipe o atacante Cléber, ex-jogador do Suzano. O Campeonato Grego será disputado entre os dias 26 de outubro deste ano e 8 de abril de 2003.

E-mail cidasan@uol.com.br



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