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VÔLEI
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CIDA SANTOS
COLUNISTA DA FOLHA
Esqueça os pódios e as medalhas. Os tempos são de recomeço na seleção brasileira feminina de vôlei. Sem cinco titulares,
que pediram dispensa, e em busca
de experiência, a equipe estréia
contra a Alemanha, nesta sexta-feira, no Grand Prix, uma das
principais competições do calendário do vôlei.
Triste sina para um time que foi
medalha de bronze nas duas últimas Olimpíadas. Esta coluna tem
recebido e-mails de leitores querendo saber de quem é afinal a
"culpa" pela atual situação da
equipe: do técnico ou das jogadoras que pediram dispensa?
Difícil responder. Talvez mais
importante do que procurar culpados seja dividir as responsabilidades entre quem abandonou e
quem continuou no barco. O certo é que quem deixou o time é tão
responsável pelas futuras derrotas
como quem permaneceu. E os
prejuízos serão de todos.
A seleção hoje vive a renovação
mais radical da sua história. Saíram da equipe cinco titulares:
Virna, Fofão, Érika, Raquel e
Waleswska. Diferente de épocas
passadas, não é possível fazer
uma transição mais suave de gerações, com uma mescla entre jogadoras novatas e experientes.
Desta vez, entre as atletas que
pediram dispensa, estão algumas
que já faziam parte da renovação, como Érika e Walewska, as
duas com 22 anos. Ou seja, é a renovação da renovação. Das 12 jogadoras que vão ao Grand Prix,
só Karin Rodrigues tem experiência mesmo em seleção adulta.
Para complicar a situação, as
duas principais atacantes da nova versão do time, montado por
Marco Aurélio Motta, não vão ao
Grand Prix. Jaqueline, eleita a
melhor jogadora do último Mundial juvenil, está com problemas
de circulação na mão. Kátia, a
atacante mais eficiente da Superliga, machucou o joelho.
Pelo que tudo indica, a base do
time deverá ser a levantadora
Marcelle, Luciana como oposta;
Sassá e Paula nas pontas; Valeskinha e Karin pelo meio. A líbero
será Fabi, já que Arlene, por causa das contusões de Kátia e Jaqueline, será usada como uma opção
de atacante passadora.
O que mais incomoda é que seria uma boa temporada para o
Brasil conseguir alguns resultados, devido à situação das outras
equipes. Grandes seleções, como
Cuba, também passam por um
período de renovação e não são
mais adversários tão poderosos.
O Grand Prix será um bom teste. Além do Brasil, vão participar
do torneio Alemanha, China, Cuba, Rússia, EUA, Japão e Tailândia. É certo que a seleção viaja
sem a obrigação de resultado,
mas a pressão vai estar presente.
Afinal, o Brasil atravessou os últimos anos como um dos quatro
melhores do mundo.
Mas quem sabe até o Mundial,
que tem início dia 30 de agosto na
Alemanha, o quadro melhore um
pouco. O técnico Marco Aurélio
Motta diz que não fechou as portas da seleção para as jogadoras
que pediram dispensa. Ele diz que
as atletas podem voltar, desde
que haja uma mudança de atitude delas. Também não adianta a
turma retornar e o clima ficar pesado. Atletas e comissão técnica
devem estar dispostos a rever suas
posições.
O futebol brasileiro é um exemplo. Na Copa do Mundo, o time
mostrou que um grupo unido é o
primeiro requisito para chegar ao
sucesso. Não por acaso, a seleção
brasileira passou a ser chamada
de família Scolari.
Porto Rico
O atacante Kid está disputando o Campeonato de Porto Rico ao lado de mais nove jogadores estrangeiros. O torneio tem a participação de dez equipes. O Vaqueros de Bayamon, time de Kid, está em
quarto lugar. O líder é o Caribes de San Sebastian, do norte-americano Millar, seguido do Patriotas de Lares, do venezuelano Mathews. O destaque entre os atletas estrangeiros é o espanhol Rafael
Pascual, mas o seu time, o Playeros de San Juan, não vai bem: é o
lanterninha.
Transferências
O atacante André Nascimento, titular da seleção brasileira e tricampeão nacional pelo Minas, vai jogar a próxima temporada na
Grécia. Ele já acertou tudo com o Panathinakos. André terá como
companheiro de equipe o atacante Cléber, ex-jogador do Suzano.
O Campeonato Grego será disputado entre os dias 26 de outubro
deste ano e 8 de abril de 2003.
E-mail cidasan@uol.com.br
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