São Paulo, segunda-feira, 08 de julho de 2002

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FUTEBOL

Conselheiros decidem se afastam Edmundo Santos Silva, acusado de falsificar contas e desviar recursos

Flamengo vota hoje o impeachment de seu presidente

DA REPORTAGEM LOCAL

Pela primeira vez em seus 106 anos de história, o Flamengo votará hoje o impeachment de um presidente. Edmundo Santos Silva, que comanda o clube desde 1998, é acusado pela oposição flamenguista de desvio de dinheiro e manipulação da contabilidade.
O processo teve início em maio, quando foram conseguidas 434 assinaturas de conselheiros (era necessário 1/3 do total, ou seja, aproximadamente 350 firmas).
Anteriormente, em abril, havia fracassado outro pedido de impedimento por falta de assinaturas.
Santos Silva é apontado como culpado por uma série de malversações durante sua administração, que vão desde as transações de jogadores até o acordo com a empresa suíça de marketing esportivo ISL, que faliu em 2001.
Essas suspeitas lhe valeram investigação por parte da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) do Senado que investigou irregularidades no futebol brasileiro.
Foram 86 páginas de relatório para tratar do clube de maior torcida do país, e, ao final, a chamada CPI do Futebol pediu o indiciamento do dirigente por falso testemunho (aos senadores), lavagem de dinheiro (por conta nas ilhas Cayman), crime contra a ordem tributária e apropriação indébita de dinheiro do Flamengo.
Em sua defesa, Santos Silva afirmou que o clube é uma entidade de direito privado e não poderia sofrer intervenção do poder público. Segundo ele, tudo seria esclarecido em sindicância interna.
O problema é que, no próprio Flamengo, o dirigente também não consegue convencer. Às provas obtidas pela CPI, a oposição conseguiu somar outros indícios de improbidade administrativa, obtidos no início do ano -além disso, vai anexar denúncias feitas pela imprensa sobre comissões.
Por seu lado, Santos Silva se defende com a afirmação de que o pedido de impeachment é ""golpismo" e ataca os ex-presidentes Kléber Leite e Márcio Braga.
""Nosso sócio vai votar e ratificar o meu bom trabalho", declarou, confiante, o dirigente. Há a possibilidade ainda de Santos Silva renunciar a presidência antes de ver interrompido o seu mandato, que vai até dezembro de 2003.



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