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FUTEBOL
Conselheiros decidem se afastam Edmundo Santos Silva, acusado de falsificar contas e desviar recursos
Flamengo vota hoje o impeachment de seu presidente
DA REPORTAGEM LOCAL
Pela primeira vez em seus 106
anos de história, o Flamengo votará hoje o impeachment de um
presidente. Edmundo Santos Silva, que comanda o clube desde
1998, é acusado pela oposição flamenguista de desvio de dinheiro e
manipulação da contabilidade.
O processo teve início em maio,
quando foram conseguidas 434
assinaturas de conselheiros (era
necessário 1/3 do total, ou seja,
aproximadamente 350 firmas).
Anteriormente, em abril, havia
fracassado outro pedido de impedimento por falta de assinaturas.
Santos Silva é apontado como
culpado por uma série de malversações durante sua administração, que vão desde as transações
de jogadores até o acordo com a
empresa suíça de marketing esportivo ISL, que faliu em 2001.
Essas suspeitas lhe valeram investigação por parte da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito)
do Senado que investigou irregularidades no futebol brasileiro.
Foram 86 páginas de relatório
para tratar do clube de maior torcida do país, e, ao final, a chamada
CPI do Futebol pediu o indiciamento do dirigente por falso testemunho (aos senadores), lavagem de dinheiro (por conta nas
ilhas Cayman), crime contra a ordem tributária e apropriação indébita de dinheiro do Flamengo.
Em sua defesa, Santos Silva afirmou que o clube é uma entidade
de direito privado e não poderia
sofrer intervenção do poder público. Segundo ele, tudo seria esclarecido em sindicância interna.
O problema é que, no próprio
Flamengo, o dirigente também
não consegue convencer. Às provas obtidas pela CPI, a oposição
conseguiu somar outros indícios
de improbidade administrativa,
obtidos no início do ano -além
disso, vai anexar denúncias feitas
pela imprensa sobre comissões.
Por seu lado, Santos Silva se defende com a afirmação de que o
pedido de impeachment é ""golpismo" e ataca os ex-presidentes
Kléber Leite e Márcio Braga.
""Nosso sócio vai votar e ratificar
o meu bom trabalho", declarou,
confiante, o dirigente. Há a possibilidade ainda de Santos Silva renunciar a presidência antes de ver
interrompido o seu mandato, que
vai até dezembro de 2003.
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