São Paulo, terça-feira, 08 de julho de 2008

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Pequim 2008 / Vôlei e vôlei de praia

Ponto de Confiança

O bloqueio pára o ataque adversário e aumenta o moral da equipe no vôlei

FABIO GRIJÓ
MARIANA BASTOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Os braços ultrapassam a rede que divide a quadra. Sobem o máximo que conseguem. Tentam impedir ou, pelo menos, amortecer o ataque oponente.
Parar o adversário no bloqueio, além do ponto, aumenta a confiança do jogador e do time que obteve o feito. É como se fosse um jogo à parte. Ali, o bloqueador venceu.
Isso pode ajudar sua equipe a deslanchar no set ou, mesmo, buscar a reação se estiver atrás no placar. Pode transformar o jogo completamente.
A peça-chave para o bloqueio é o central, atleta que fica no meio da rede e geralmente o de maior estatura. É ele quem tem a tarefa de "ler" mais as jogadas do levantador do outro time.
Na prática, isso significa perceber para onde a bola será levantada. O central compõe o bloqueio com os jogadores das pontas na maioria das vezes.
A tática da "leitura" do jogo determina as ações na hora do bloqueio. Os jogadores da rede, os que bloqueiam, combinam com os que estão atrás da linha de três metros naquela ocasião como será a marcação do ataque rival. Os bloqueadores podem optar pela paralela ou pela diagonal, de acordo com o rumo que toma a cortada do jogador da equipe oponente.
Na praia, a tarefa de bloquear é mais complicada -afinal, são apenas dois jogadores dividindo o mesmo lado da rede. E apenas um sobe na ação. O outro fica na defesa, atrás.
"Na verdade, o bloqueio na quadra e na praia são muito diferentes. Pelo menos, no feminino, é assim. A quadra é enorme, então a adversária pode dar uma largada em qualquer lugar. E é responsabilidade da bloqueadora ficar atenta a essas largadas", afirma Talita, que que conquistou a vaga olímpica em Pequim no final de semana, ao lado de Renata.
Para superar a dificuldade na areia, onde o jogo feminino tem menos força que o masculino -e, portanto, está mais suscetível a bolas largadas-, as atletas usam alternativas.
"Às vezes, eu tenho que fazer o "reco". Eu finjo que vou subir no bloqueio para enganar a adversária, mas recuo para pegar a largada", conta Talita.
Entre os homens, que jogam com ataques mais potentes, o bloqueio pode se tornar mais decisivo numa partida tanto na quadra quanto na praia. Só a defesa, no fundo, pode não ser capaz de recuperar a bola e propiciar o contra-ataque.
"No vôlei de praia masculino, eu acho que o bloqueio é bem parecido com o da quadra. Não tem tanta largada. Eles trabalham muito mais com a força", afirma Talita, 25, que foi meio-de-rede no vôlei de quadra, mas joga na areia desde os 18.
Em sua dupla, Talita é responsável pelo bloqueio, com Renata mais posicionada na defesa, no fundo de quadra.


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