São Paulo, domingo, 08 de agosto de 2004

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FUTEBOL

Sete primeiros do Brasileiro não venceram neste ano em seus Estados; Flamengo puxa o fiasco de vitoriosos caseiros

Nacional castiga os campeões estaduais

DA REPORTAGEM LOCAL

Estadual é uma coisa, Nacional é outra. A frase é tão óbvia quanto cruel para São Caetano, Flamengo, Cruzeiro, Internacional...
Quando teve início a rodada do fim de semana do Campeonato Brasileiro, as sete primeiras posições da tabela eram ocupadas por times que não ficaram com o título estadual nesta temporada.
O lanterninha é o Flamengo, que tanto festejou as conquistas da Taça Guanabara e, depois, do Estadual do Rio de Janeiro.
Os avisos ao campeão carioca de que as coisas no Nacional seriam bem mais duras também deveriam ter sido feitos a todos os outros campeões estaduais. O forte elenco do São Caetano, vencedor do Paulista atropelando São Paulo e Santos, não manteve a pujança no Nacional e amargava a 12ª colocação até ontem -uma derrota na Vila Belmiro empurraria o time mais para baixo.
Cruzeiro e Inter, detentores dos ""scudettos" de Minas Gerais e Rio Grande do Sul, até começaram bem o Brasileiro, mas não seguraram o ritmo -após o confronto entre os dois no meio de semana, ficaram na 10ª e na 13ª colocações na tabela, respectivamente.
O Coritiba, campeão paranaense, estava bem atrás de seu rival Atlético e mais perto da zona de rebaixamento do que da zona de classificação para a Libertadores quando a rodada começou.
O Vitória pôs a faixa na Bahia e era uma das promessas do Nacional. O time não vingou e deixou há um bom tempo de ser top ten.
O campeão estadual mais bem colocado na tabela, até o início da 22ª rodada, era o Figueirense -estava em 8º lugar, só uma posição na frente do rival Criciúma.
O badalado Santos é um dos grandes exemplos de fracassados no Estadual. O time da Vila Belmiro tinha como grande projeto encerrar uma ""fila" de 20 anos no Campeonato Paulista. A conquista, quase uma obsessão para o presidente santista, Marcelo Teixeira, foi brecada após um sonoro 4 a 0 para o São Caetano.
O São Paulo, que também faz uma bela campanha, caiu nas quartas-de-final do Estadual diante do time do ABC. Na ocasião, a equipe do Morumbi, que tinha ótimo aproveitamento de pontos, foi novamente rotulada de ""pipoqueira" pela torcida.
Um ótimo exemplo de que o Estadual não serve como um bom parâmetro para o Nacional é o Goiás. A equipe que faz uma das melhores campanhas da elite do país não conseguiu triunfar em seu território. O título goiano ficou com o humilde Crac nesta temporada -a equipe bateu o Vila Nova na decisão.
Coisa parecida aconteceu com o Paysandu. Único representante de seu Estado (Pará) na primeira divisão nacional, viu um rival erguer a taça caseira -o Remo foi campeão paraense de novo.
Os Estaduais no Brasil contam tradicionalmente com mata-matas, que nem sempre premiam as equipes mais regulares e preparadas para uma forte disputa.
O segundo Brasileiro de pontos corridos também exigiu bom poder de reposição de seus participantes. Vários jogadores que brilharam nos Estaduais, como o meia Alex (ex-Cruzeiro), foram negociados com o futebol do exterior. Tudo isso era esperado. Mas parece que os campeões estaduais esperaram para ver. (RBU)



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