RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL

Os maus e velhos palpites estão de volta. Uns pediram, outros podem não gostar, mas coloco mais uma vez a cara para bater no início da temporada.
O Milan será bicampeão italiano. Além de ter um baita time (melhor defesa do mundo, Kaká já adaptado no meio e ataque poderoso), a concorrência não está mais tão preparada. A Juventus, que ainda procura acertar o passo, trocou Marcello Lippi, com quem tanto se identificou, pelo ótimo Fabio Capello. A química pode não ser a mesma ou demorar a funcionar. A Inter repete os erros de quase todos os anos de sua interminável ""fila" (já foram 15 anos). Novo time e nova incógnita. As equipes de Roma sofrem com grana e, na esteira disso, com perdas. O trem parece mesmo já ter passado para Roma e Lazio.
O Brasil, ou melhor, o Barcelona levará o Espanhol. Se na temporada passada já deu para Ronaldinho fazer um belo estrago, o que dizer agora, quando ele se sente mesmo em casa e tem uma tropa de conterrâneos coadjuvantes (Deco, Belletti, Edmílson, Silvinho e Thiago Motta)? A ""holandização" do Barça nos últimos anos foi deixada de lado (talvez porque na temporada passada sobraram brasileiros campeões na Europa). O Real Madrid deve apresentar uma defesa melhor com o argentino Samuel, mas mesmo os mais galácticos caminham para um buraco negro. O Valencia dará uma respirada.
Chelsky 2, como pode ser chamada a segunda tentativa de Roman Abramovich no Chelsea, conquista a Premier League. Novos milhões foram atirados pelo magnata russo, mas agora boa parte da grana foi na direção certa. Drogba e Kezman são ótimas pedidas para o ataque. Ricardo Carvalho pode ajustar a defesa, com a boa promessa Cech no gol. O invicto campeão Arsenal? Vai ficar feliz também com a Copa dos Campeões, algo inédito para ele (se a Grécia pode conquistar a Europa, por que não os Gunners?). O Manchester United? Foi ali comprar um cigarro e já volta.
Em Portugal, não é muito difícil errar faz tempo. O Porto está anos luz na frente do Benfica. Sai Deco e entra Diego. Talvez o título nacional seja conquistado de forma ainda mais fácil. Quase sempre tem sido assim: Sporting revela, o Benfica reza e o Porto realiza. Mas o bicampeonato europeu não vai sair (saiu José Mourinho).
Na Holanda, as coisas são mais parelhas. E, por uma incrível capacidade de renovação, mais para o Ajax. Van der Vaart, Sneijder, De Jong... Talvez o clube de Amsterdã belisque até a Copa da Uefa (a dos Campeões é algo meio fora da realidade holandesa). Bayern e Olympique serão "novidades" na Alemanha e na França.
Pulando para a América do Sul, também não são muitos os bons concorrentes. Sem a cabeça e a estrela de Bianchi, o Boca Juniors abre caminho de vez para o River Plate, que já fez a festa em casa no último Clausura. No Brasil, os pontos corridos não deixam muita margem para dúvida: Santos.
A coluna resumiu assim a temporada até porque não sairá no resto do mês. Tem Olimpíada. Falando nisso, Argentina e Portugal disputarão o ouro. Rio da prata?

Mundial interclubes
Once Caldas e Porto ficarão no 0 a 0 e decidirão o título nos pênaltis na pior edição de todos os tempos da tradicional disputa no Japão. A Fifa comemora esse Mundial interclubes enfraquecido (o Porto, que seria o grande favorito, perdeu peças importantes dentro e fora de campo) e aproveita para fortalecer o seu Mundial de Clubes em 2005.

Copa Sul-Americana
Começa neste mês. Algum clube que não usar time misto vencerá.
Holanda de Van Basten Não tenho a menor idéia do que vai acontecer, mas a revelação de que o contrato entre o ex-craque a federação exige um time ofensivo é tão inusitada quanto sensacional. É difícil não torcer para esse time!

E-mail: rbueno@folhasp.com.br


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