São Paulo, domingo, 08 de setembro de 2002

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MEMÓRIA

Taleban ganhou ajuda, e atleta recebeu ameaça

DA REPORTAGEM LOCAL

A invasão do Afeganistão por tropas soviéticas, motivo do boicote aos Jogos de Moscou, deu-se em dezembro de 1979. Se depois dos atentados terroristas de 11 de setembro nos EUA os norte-americanos passaram a atacar o grupo de fundamentalistas islâmicos que dominavam o país, no final dos anos 70 a história era outra.
O governo Carter apoiava a guerrilha dos fundamentalistas, assim como faziam paquistaneses e iranianos.
A milícia Taleban, que controlava mais de 90% do Afeganistão, teve ajuda dos norte-americanos quando as tropas soviéticas chegaram a Cabul para colocar no poder um regime pró-Moscou. Nos anos seguintes, os EUA ajudaram a armar a guerrilha muçulmana.
Quando o presidente anunciou pela primeira vez, em 4 de janeiro de 1980, a intenção de os EUA boicotarem os Jogos, boa parte dos atletas do país se manifestou contra. O grupo, liderado por Anita DeFrantz, medalha de bronze no remo na Olimpíada de Montréal, em 1976, e atualmente vice-presidente do COI, pediu ao comitê norte-americano que não atendesse ao pedido de Carter e fosse à Olimpíada.
Ainda em janeiro, Carter avisou que cancelaria os passaportes dos atletas que decidissem ir a Moscou por conta própria. Alguns aliados dos EUA, caso de Grã-Bretanha, Itália, França e Suécia, compareceram.
E, sem a presença de americanos, japoneses e alemães ocidentais, os países da Cortina de Ferro dominaram a maior parte das provas. Ficaram com os três primeiros lugares. A União Soviética, com 80 medalhas de ouro, 67 de prata e 45 de bronze, foi a campeã no quadro de medalhas, enquanto a Alemanha Oriental ficou em segundo, seguida da Bulgária.
O Brasil, 17º colocado, obteve duas de ouro, ambas no iatismo, e duas de bronze, no atletismo e na natação.



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