São Paulo, domingo, 08 de setembro de 2002

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AUTOMOBILISMO

Bisneto de alemão, piloto de dragster vence principal etapa do calendário, coleciona recordes e busca bi

EUA também festejam um Schumacher

FÁBIO SEIXAS
DA REPORTAGEM LOCAL

Na última semana, ele venceu a corrida de maior tradição no campeonato. Um dos pilotos mais bem pagos da categoria, foi destaque nos jornais e TVs do país. Os EUA passaram os últimos dias festejando Schumacher.
O seu próprio Schumacher, que fique entendido. Não confunda.
Anthony Schumacher, 32, nasceu em Canoga Park, no Estado da Califórnia. Cresceu em Park Ridge, em Illinois. Seguindo os passos do pai, Don, que também foi piloto e hoje trabalha em sua equipe, corre de dragsters.
E, há duas temporadas, é patrocinado pelo Exército dos EUA. Mais americano, seria impossível.
Disputando a categoria Top Fuel, a mais potente de seu esporte, ele ganhou no dia 2 a etapa de Indianápolis, a mais prestigiosa de todo o calendário. Parte, agora, para a conquista de seu segundo título do "Mundial" de dragsters.
Conta, para isso, com a torcida de seus fãs. Uma legião inferior, apenas, às dos pilotos da Nascar, a liga americana de stock cars.
"No autódromo, 170 mil pessoas viram minha vitória no final de semana. Além disso, a TV mostra ao vivo as 23 etapas do campeonato", disse à Folha, por telefone, Anthony. Ou Tony, como é conhecido desde a infância. Ou "The Sarge", corruptela, na língua inglesa, para "sargento", apelido promocional que adotou ao assinar o contrato de patrocínio com o Exército dos EUA.
O piloto americano evita comparações com o pentacampeão da F-1. Mas é difícil fugir delas. As coincidências não ficam apenas no sobrenome, na profissão, na popularidade. Como Michael, Tony nasceu em 1969. É um "sujeito família". E tem fortes ligações com a Alemanha e a Itália.
"Meu bisavô era alemão. A família da minha mãe é originária da Itália", disse. "Mas não acho que eu tenha qualquer parentesco com os Schumacher da F-1. Esse sobrenome é comum na Alemanha. De qualquer forma, sou fã dos dois, do Michael e do Ralf."
Segundo ele, é complicado comparar dragsters com F-1.
"Eu amo F-1, mas não dá para fazer comparações. No dragster, cada prova dura quatro segundos. Nesse tempo, você ganha ou perde. Se você comete um erro, a corrida acabou. Um GP de F-1 dura uma hora e meia, há tempo para corrigir erros", afirmou.
"Não sei se o Michael conseguiria pilotar dragsters. E também não sei se eu poderia correr num carro de F-1", concluiu o piloto.
A exemplo de Michael, Tony também coleciona recordes. O principal deles: desde o ano passado, detém o recorde de velocidade para dragsters, 536 km/h, obtido em Reading, Pensilvânia.
Em 1999, ano do primeiro título, tornou-se o primeiro homem a superar as 330 milhas por hora (531 km/h) com um dragster.
Faltando seis provas para o fim do campeonato, Tony tem 1.066 pontos, 447 a menos que o líder, Larry Dixon Jr. -um piloto pode levar até 124 pontos por etapa.
A tarefa pode parecer complicada. Mas ele é um Schumacher.



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