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STOCK CAR
Raphael Lima Pereira, 19, é atingido por carro de Gualter Salles e não resiste a ferimentos
Fotógrafo morre em etapa de Campo Grande
ADALBERTO LEISTER FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL
A etapa de Campo Grande (MS)
do Brasileiro de stock car, a oitava
do ano, disputada ontem, foi
marcada pelo acidente que matou
o fotógrafo Raphael Lima Pereira.
Logo na primeira curva após a
reta dos boxes, Gualter Salles se
envolveu em um acidente com
Nonô Figueiredo e perdeu o controle do carro, que saiu da pista e
atingiu Pereira, 19, que cobria a
corrida para o jornal local "Raça".
"Ele foi um pouco irresponsável
ao se postar à frente da barreira de
pneus. A imprudência, infelizmente, custou caro", contou Carlos Montagner, diretor da prova,
que foi até a delegacia, acompanhado por Salles, para prestar depoimento sobre o acidente.
Na hora do acidente, o carro de
Salles estava a cerca de 150 km/h.
"No momento do credenciamento, os profissionais são orientados
sobre o que se pode ou não fazer,
como ficar na frente do guard-rail
ou da proteção de pneus", disse
Montagner, que também é diretor
de competições da Confederação
Brasileira de Autombilismo.
A competição foi interrompida
por cerca de 30 minutos para o
atendimento do estudante, que
fazia o segundo ano de jornalismo
na Universidade Católica Dom
Bosco e trabalhava havia poucas
semanas no jornal mensal, especializado em automobilismo.
O fotógrafo foi socorrido, ainda
na pista do autódromo, por Dino
Altmann, médico-chefe da categoria. "Ele estava com as pupilas
dilatadas e apresentava parada
cardiorrespiratória. Nós fizemos
uma reanimação, mas o comprometimento clínico era muito
grande", contou Altmann.
Levado para a Santa Casa da cidade, Pereira teve sua morte divulgada por volta das 14h30.
A segunda largada não teve a
participação de Salles, que, abalado pelo acontecimento, desistiu
de correr. André Bragantini, seu
companheiro de equipe, desistiu
da competição em solidariedade.
Foi o terceiro acidente fatal na
história do Brasileiro de stock car,
a mais tradicional categoria do
automobilismo nacional, que teve
sua primeira edição em 1979.
As duas mortes anteriores haviam sido de pilotos. Em 1985, Zeca Gregoricinski morreu depois
que seu carro pegou fogo na pista
de Interlagos, em São Paulo.
Há dois anos, em Brasília, Laércio Justino perdeu o controle do
carro durante o treino classificatório, saiu da pista e se chocou
contra um guincho. O piloto, que
sofreu traumatismo crânio-encefálico cervical, torácico e abdominal, morreu ao chegar ao hospital.
O vencedor ontem foi David
Muffato, que conquistou a sua
quarta vitória na temporada e assumiu a liderança da classificação, com 108 pontos. A próxima
etapa será no Rio, no dia 28.
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