São Paulo, terça-feira, 08 de novembro de 2011

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LÚCIO RIBEIRO

D10


No Brasileirão, Douglas virou o mais cobiçado camisa 10 do país. Dependendo da rodada, claro

Já há algum tempo, esta coluna está de olho no meia Douglas, do Grêmio. Não só a coluna, mas o Ronaldo Fenômeno, a torcida do Palmeiras, a do Corinthians e, dizem, até a do São Paulo. E, obviamente, a do Grêmio. Neste campeonato maluco de perde e ganha, sobe e desce, vai e vem (tirando o Palmeiras, que é um time constante), o meia do Grêmio é a personificação do Brasileiro.
Ele é o atual anti-herói do futebol nacional. Seu futebol chega a ser intrigante. Famoso por alternar jogadas de craque com sonolência profunda, Douglas passou boa parte da carreira na Série B. Numa conturbada estreia na seleção, contra a Argentina, em 2010, jogou uns 25 minutos, "entregou" um gol para o Messi e caiu numa espécie de desgraça com Mano Menezes. Não voltou mais.
E então esquecemos o Douglas. Como às vezes ele esquece de jogar. E não é que ele volta agora na condição de mais cobiçado jogador do futebol brasileiro? Ele é valioso, tem o valor de uma multa de R$ 50 milhões para quem quiser arrancá-lo do Grêmio, que anuncia que a reformulação do time para o ano que vem começa com sua manutenção no clube. O Corinthians, que é o líder do Brasileiro e dono de dois camisas 10 como Alex e Danilo, tem em Douglas uma obsessão para 2012.
Até a torcida do Grêmio anda confusa em relação ao meia. Falamos aqui do arquétipo gaúcho de predileção por jogador raçudo. Do tipo que os gremistas menos gostam, Douglas é o jogador que eles mais gostam.
Sempre desconfiado com seu futebol-gangorra, que mescla golaços e enfiadas preciosas de bola com entregadas no meio do campo expondo o time a contra-ataques, nos últimos dias o torcedor tricolor elevou Douglas à categoria de herói.
Na penúltima rodada, no jogo do Grêmio contra o Ronaldinho Gaúcho (a partida, na verdade, era contra o Flamengo, mas isso virou detalhe), Douglas foi o responsável pela principal vitória do time de Porto Alegre desde a "milagrosa" Batalha dos Aflitos de 2005. São gremistas que falam. E, nesse novo santo dia, Douglas virou o D10. O resultado, além de representar a grande vingança contra o "traidor" R10, deu um alento ao Grêmio para continuar lutando por vaga na Libertadores.
Então veio o sábado passado e o jogo contra o periclitante Atlético-MG, tudo perfeito para Douglas carregar o time de novo para o alto e avante. Mas o meia, mesmo estando em campo, não "estava" em campo.
Se o script se repetir, Douglas, no vaivém de seu futebol, no vaivém do Brasileiro, voltará a brilhar com o Grêmio domingo, no Olímpico. Coitado do constante Palmeiras.


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