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Lusa busca o final de preconceito
da Reportagem Local
O técnico Candinho, da Lusa,
afirmou ontem que a boa campanha da equipe no Brasileiro-98 é
um fator positivo para diminuir o
preconceito da mídia e da arbitragem contra a equipe.
Segundo o treinador, seu time
não é tratado da mesma maneira
que os outros "grandes" do Estado
-Corinthians, Santos, Palmeiras
e São Paulo.
"A Lusa é o índio em filme de
caubói, o japonês em filme sobre a
2ª Guerra. Não é o meu time que
ganha, é o adversário que perde a
partida", afirmou o treinador.
Segundo o técnico, uma medida
que poderia aumentar a aceitação
da equipe seria a troca do nome do
clube. "Mudaram de Portuguesa
para Lusa, mas isso não é suficiente. É preciso de um nome abrasileirado", disse o técnico.
Para Candinho, o Palmeiras e o
Cruzeiro teriam hoje torcidas pequenas se não tivessem mudado o
nome. Até a década de 40, as duas
equipes chamavam-se Palestra Itália. "A vida em Portugal hoje é boa.
Quase ninguém de lá imigra hoje
para o Brasil", afirmou.
Mesmo depois do jogo de domingo, no qual a Lusa teve a seu favor um pênalti duvidoso, o técnico
manteve a opinião de que os juízes
erram mais contra a sua equipe.
"Temos pelo menos um crédito
de 200 pênaltis. Isso contando todos os que foram marcados contra
nós injustamente, além dos que
deixaram de marcar a nosso favor", disse o técnico.
Candinho afirmou que esse "crédito" nas penalidades foi o motivo
que fez o atacante Leandro errar o
pênalti contra o Cruzeiro. "Não estamos acostumados a bater pênaltis. Nossos atletas até estranham
quando isso acontece", disse.
Mesmo com o erro, Leandro
continua sendo o cobrador oficial
da equipe. "O Dida foi muito feliz.
Se precisar bater novamente um
pênalti contra ele, vou chutar rasteiro. Deve dificultar, já que ele é
muito alto", afirmou o atacante.
Segundo Leandro, o apoio dos
jogadores da Lusa e dos torcedores
da equipe após o erro foi fundamental para a restauração da sua
confiança. "Na saída para o vestiário, após o final do primeiro tempo, os torcedores gritaram muito o
meu nome. Parecia que eu tinha
feito dois gols", afirmou.
Mesmo assim, o atacante disse
que teve dificuldades para dormir.
"Fiquei pensando no pênalti a noite inteira. Deu um aperto no peito.
Nem imagino como eu teria me
sentido se tivéssemos perdido o jogo", disse o atacante.
Já o meia Alexandre teve uma
noite mais tranquila. Autor dos
dois gols da Lusa, o atleta afirmou
que o assédio dos torcedores aumentou. "Isso é até normal acontecer. Espero que continue assim depois da quarta-feira (amanhã)",
disse o jogador, referindo-se ao jogo contra o Cruzeiro, amanhã, no
estádio do Canindé.
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