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Corinthians sai à caça de espião e encontra vendedor em treino
MAÉRCIO SANTAMARINA
da Reportagem Local
Os seguranças do Corinthians receberam uma missão especial do
técnico Wanderley Luxemburgo
ontem: evitar que espiões do Santos assistam aos treinos do time no
Parque São Jorge.
As duas equipes decidem amanhã, no Pacaembu, uma vaga para
a final do Brasileiro-98.
Luxemburgo disse que não gostou de saber, por meio de reportagem da Folha na última quinta-feira, que o técnico Leão, do Santos,
tinha recebido um relatório sobre
o treino do Corinthians de um espião infiltrado no Parque.
Por isso, ontem, deu ordem para
que todos os portões de acesso ao
campo fossem fechados. Só a imprensa poderia ver o treino.
Alertado pelo administrador do
estádio, José Carlos Pozo, de que
os torcedores estavam ficando
exaltados com a proibição, o treinador acabou voltando atrás.
"Não dá para comprar uma encrenca dessas neste momento. Nenhum torcedor entenderia essa
proibição", disse Pozo. Luxemburgo preferiu usar outro argumento: "Liberei porque vi muitas
crianças e mulheres do lado de fora
querendo assistir ao treino".
A presença de dois homens desconhecidos no Parque, ambos de
gravata e maleta preta, despertou
suspeita nos seguranças.
Fabiano da Silva, 21, e Sofonias
Rezende, 20, disseram que eram
vendedores de carros e iam fechar
negócio com os jogadores Índio e
Didi. Índio estava comprando um
Gol. Didi comprou uma moto
Honda Shadow por R$ 11 mil.
"Temos que ficar atentos a tudo.
Afinal, eu mesmo fiz papel de espião em 94, no Palmeiras. Coloquei um bigode e uma capa de chuva e fui espionar o Giovanni em
dois jogos da Sãocarlense. Eu o
trouxe para São Paulo, mas, como
o Palmeiras foi em seguida ao Japão para uma excursão, o Santos
ficou com ele", disse Luxemburgo.
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