São Paulo, terça, 8 de dezembro de 1998

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Corinthians sai à caça de espião e encontra vendedor em treino

MAÉRCIO SANTAMARINA
da Reportagem Local

Os seguranças do Corinthians receberam uma missão especial do técnico Wanderley Luxemburgo ontem: evitar que espiões do Santos assistam aos treinos do time no Parque São Jorge.
As duas equipes decidem amanhã, no Pacaembu, uma vaga para a final do Brasileiro-98.
Luxemburgo disse que não gostou de saber, por meio de reportagem da Folha na última quinta-feira, que o técnico Leão, do Santos, tinha recebido um relatório sobre o treino do Corinthians de um espião infiltrado no Parque.
Por isso, ontem, deu ordem para que todos os portões de acesso ao campo fossem fechados. Só a imprensa poderia ver o treino.
Alertado pelo administrador do estádio, José Carlos Pozo, de que os torcedores estavam ficando exaltados com a proibição, o treinador acabou voltando atrás.
"Não dá para comprar uma encrenca dessas neste momento. Nenhum torcedor entenderia essa proibição", disse Pozo. Luxemburgo preferiu usar outro argumento: "Liberei porque vi muitas crianças e mulheres do lado de fora querendo assistir ao treino".
A presença de dois homens desconhecidos no Parque, ambos de gravata e maleta preta, despertou suspeita nos seguranças.
Fabiano da Silva, 21, e Sofonias Rezende, 20, disseram que eram vendedores de carros e iam fechar negócio com os jogadores Índio e Didi. Índio estava comprando um Gol. Didi comprou uma moto Honda Shadow por R$ 11 mil.
"Temos que ficar atentos a tudo. Afinal, eu mesmo fiz papel de espião em 94, no Palmeiras. Coloquei um bigode e uma capa de chuva e fui espionar o Giovanni em dois jogos da Sãocarlense. Eu o trouxe para São Paulo, mas, como o Palmeiras foi em seguida ao Japão para uma excursão, o Santos ficou com ele", disse Luxemburgo.



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