São Paulo, segunda-feira, 09 de fevereiro de 2004

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VÔLEI

Demorou!

CIDA SANTOS
COLUNISTA DA FOLHA

Pode ter novidade nesta semana. A Confederação Brasileira de Vôlei (CBV) finalmente resolveu dar uma reavaliada na tabela da Superliga Nacional. Em pleno ano olímpico, o torneio termina só no começo de maio. O objetivo é que ele acabe mais cedo para as seleções ganharem mais tempo de treinos para Atenas.
Segundo Renato D'Ávila, coordenador de competições nacionais da CBV, será convocada uma plenária com os clubes. Eles que vão aprovar ou não as mudanças na tabela. D'Ávila diz que tudo deve ser decidido antes do Carnaval. É bom que seja porque nesta semana já será disputada a quinta rodada do returno.
O certo é que demorou para os dirigentes tomarem uma atitude. E agora não há muito o que fazer. É remediar o quase irremediável. Faltou planejamento. A tabela foi feita sem lógica para um ano olímpico: o torneio, que poderia ser em 18 rodadas, tem 22. Mais: cada equipe joga três rodadas e folga duas.
Nessa altura do campeonato, a solução mais simples seria reduzir o período de folga no Carnaval e na Semana Santa. Um exemplo: tanto no masculino como no feminino, os times vão ter 12 dias sem jogos no Carnaval. A tabela pára no dia 19 de fevereiro e só volta em 3 de março.
Em um esporte como o vôlei, com tantas censuras e tão poucas pessoas que ousam criticar os dirigentes ou a Superliga, vale uma menção honrosa a José Roberto Guimarães, técnico do Osasco e da seleção. Preocupado com o período curto de treinos da seleção, ele não se acanhou em criticar a tabela do torneio.
Zé Roberto sabe que tem nas mãos um time com chances de lutar pelo ouro. É a última Olimpíada de uma grande geração que já está na casa dos 30 anos, como Fernanda, Fofão e Virna. Mas ele também sabe que a seleção terá grandes rivais, como a China, que já iniciou os treinos para Atenas.
Não por acaso, Zé Roberto até fez nova promessa: se a seleção for campeã olímpica, vai direto de Atenas para a Espanha, onde iniciará a caminhada de Santiago de Compostela. A lista das convocadas sairá em abril, e a novidade deve ser mesmo a atacante Mari, do Osasco, de 20 anos e 1,89 m.
Ela tem sido a revelação da Superliga. A sua principal característica é a versatilidade: joga tanto na ponta como no meio ou na saída de rede. Saca o viagem e ainda tem bom bloqueio. Um dos pontos frágeis da seleção tem sido a falta de ponteiras altas e com bom bloqueio. Mari preenche esses requisitos.
Sobre a última rodada da Superliga, vale destacar a vitória do Minas sobre o Banespa. Após perder os dois primeiros sets com Ricardinho, Giovane, André Nascimento, Douglas e Henrique, o técnico Cebola colocou os reservas em quadra. E eles viraram o jogo. Palmas para a turma do banco.
No feminino, quem fez bonito foi o São Caetano. O time perdeu os dois primeiros sets do Minas, chegou a estar em desvantagem de 24 a 23 no terceiro set, mas acabou virando o jogo. O destaque também foi uma reserva, a atacante Juliana, de 19 anos, eleita a melhor jogadora da partida.

Italiano
Não deu para o Montichiari, dos brasileiros Maurício e Joel. Diante do Trentino, líder do Italiano, o time perdeu por 3 sets a 0 (30/28, 25/21 e 25/18). O Trentino, dos trintões Bernardi, Sartoretti e Paolo Tofoli, soma 14 vitórias em 18 jogos. O Montichiari, em décimo lugar, tem dez derrotas. Joel foi o maior pontuador do jogo, com 22 pontos.

Camisa japonesa
O atacante brasileiro Kalé, naturalizado japonês no fim do ano, foi liberado pela Federação Internacional de Vôlei para defender a seleção do Japão. Kalé, de 30 anos, já deve ser convocado para o Pré-Olímpico, em maio, quando estarão em jogo as últimas vagas para a Olimpíada de Atenas. O jogador, que no Japão é conhecido como Marcos Suguiama, joga no Sakae/Blazers, de Osaka.

E-mail: cidasan@uol.com.br


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