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VÔLEI
Demorou!
CIDA SANTOS
COLUNISTA DA FOLHA
Pode ter novidade nesta semana. A Confederação Brasileira de Vôlei (CBV) finalmente
resolveu dar uma reavaliada na
tabela da Superliga Nacional. Em
pleno ano olímpico, o torneio termina só no começo de maio. O
objetivo é que ele acabe mais cedo
para as seleções ganharem mais
tempo de treinos para Atenas.
Segundo Renato D'Ávila, coordenador de competições nacionais da CBV, será convocada
uma plenária com os clubes. Eles
que vão aprovar ou não as mudanças na tabela. D'Ávila diz que
tudo deve ser decidido antes do
Carnaval. É bom que seja porque
nesta semana já será disputada a
quinta rodada do returno.
O certo é que demorou para os
dirigentes tomarem uma atitude.
E agora não há muito o que fazer.
É remediar o quase irremediável.
Faltou planejamento. A tabela foi
feita sem lógica para um ano
olímpico: o torneio, que poderia
ser em 18 rodadas, tem 22. Mais:
cada equipe joga três rodadas e
folga duas.
Nessa altura do campeonato, a
solução mais simples seria reduzir o período de folga no Carnaval
e na Semana Santa. Um exemplo:
tanto no masculino como no feminino, os times vão ter 12 dias
sem jogos no Carnaval. A tabela
pára no dia 19 de fevereiro e só
volta em 3 de março.
Em um esporte como o vôlei,
com tantas censuras e tão poucas
pessoas que ousam criticar os dirigentes ou a Superliga, vale uma
menção honrosa a José Roberto
Guimarães, técnico do Osasco e
da seleção. Preocupado com o período curto de treinos da seleção,
ele não se acanhou em criticar a
tabela do torneio.
Zé Roberto sabe que tem nas
mãos um time com chances de lutar pelo ouro. É a última Olimpíada de uma grande geração que já
está na casa dos 30 anos, como
Fernanda, Fofão e Virna. Mas ele
também sabe que a seleção terá
grandes rivais, como a China, que
já iniciou os treinos para Atenas.
Não por acaso, Zé Roberto até
fez nova promessa: se a seleção for
campeã olímpica, vai direto de
Atenas para a Espanha, onde iniciará a caminhada de Santiago
de Compostela. A lista das convocadas sairá em abril, e a novidade
deve ser mesmo a atacante Mari,
do Osasco, de 20 anos e 1,89 m.
Ela tem sido a revelação da Superliga. A sua principal característica é a versatilidade: joga tanto na ponta como no meio ou na
saída de rede. Saca o viagem e
ainda tem bom bloqueio. Um dos
pontos frágeis da seleção tem sido
a falta de ponteiras altas e com
bom bloqueio. Mari preenche esses requisitos.
Sobre a última rodada da Superliga, vale destacar a vitória do
Minas sobre o Banespa. Após perder os dois primeiros sets com Ricardinho, Giovane, André Nascimento, Douglas e Henrique, o técnico Cebola colocou os reservas
em quadra. E eles viraram o jogo.
Palmas para a turma do banco.
No feminino, quem fez bonito
foi o São Caetano. O time perdeu
os dois primeiros sets do Minas,
chegou a estar em desvantagem
de 24 a 23 no terceiro set, mas
acabou virando o jogo. O destaque também foi uma reserva, a
atacante Juliana, de 19 anos, eleita a melhor jogadora da partida.
Italiano
Não deu para o Montichiari, dos brasileiros Maurício e Joel. Diante
do Trentino, líder do Italiano, o time perdeu por 3 sets a 0 (30/28, 25/21 e 25/18). O Trentino, dos trintões Bernardi, Sartoretti e Paolo Tofoli, soma 14 vitórias em 18 jogos. O Montichiari, em décimo lugar,
tem dez derrotas. Joel foi o maior pontuador do jogo, com 22 pontos.
Camisa japonesa
O atacante brasileiro Kalé, naturalizado japonês no fim do ano, foi liberado pela Federação Internacional de Vôlei para defender a seleção do Japão. Kalé, de 30 anos, já deve ser convocado para o Pré-Olímpico, em maio, quando estarão em jogo as últimas vagas para a
Olimpíada de Atenas. O jogador, que no Japão é conhecido como
Marcos Suguiama, joga no Sakae/Blazers, de Osaka.
E-mail: cidasan@uol.com.br
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