São Paulo, domingo, 09 de março de 2008

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Mulheres minguam na equipe olímpica

Brasileiras são, até agora, um terço da delegação; em Atenas, eram a metade

Atletismo e natação tinham 25 representantes há quatro anos, na Grécia; até agora, são apenas seis garantidas na Olimpíada de Pequim

FABIO GRIJÓ
PAULO COBOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Elas representavam quase a metade e, até agora, se transformaram em um terço no caminho até Pequim-2008.
Pelas vagas obtidas até agora, as mulheres terão participação menor na delegação olímpica brasileira para os Jogos.
Segundo o COB (Comitê Olímpico Brasileiro), dos 155 atletas classificados, 51 são do sexo feminino, ou 33% do total.
Em Atenas-2004, o Brasil registrou seu recorde feminino numa Olimpíada. Elas respondiam por 122; eles, por 125. As mulheres eram 49% da delegação nacional na capital grega.
No final de janeiro de 2004, o país tinha 88 brasileiras garantidas em Atenas e 84 homens.
Para Pequim, 12 esportes já contam com as atletas do país. Há quatro anos, 21 tinham as representantes nacionais.
Basquete e futebol têm duros classificatórios pela frente.
Modalidades que, tradicionalmente, levam mais atletas aos Jogos, atletismo e natação minguaram até agora com elas.
Nas pistas, foram 17 há quatro anos. Agora, cinco conseguiram o índice A estabelecido pela confederação.
Nas piscinas, apenas Flávia Delarolli obteve índice. Oito nadadoras estiveram presentes em 2004, quando Joanna Maranhão conquistou o melhor resultado nacional da natação naquela edição da Olimpíada: o quinto lugar nos 400 m medley.
O número poderia ser maior se não fosse o caso de doping de Rebeca Gusmão. Ela fez o índice no Pan do Rio, em julho passado. Também ajudou os revezamentos 4 x 100 m livre e 4 x 100 m medley a abocanhar vagas. Mas o positivo nos exames respingou no time. As marcas foram anuladas, e os revezamentos ficaram longe de Pequim. Rebeca está suspensa.
"O caso da Rebeca foi um balde de água fria", fala Ricardo de Moura, diretor técnico da CBDA (Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos). "Ficou mais difícil alcançarmos as vagas nos revezamentos."
Dezesseis equipes se classificam. Com os tempos de Rebeca no 4 x 100 m livre e no 4 x 100 m medley estabelecidos no Pan, o Brasil estaria dentro. Sem essas marcas, o país aparece em 21º no ranking mundial nas provas.
"Acho que isso é um ciclo natural da natação. O masculino atingiu um clímax", diz Coaracy Nunes, presidente da CBDA, que criou programas de treinamento específico para Thiago Pereira, César Cielo e Kaio Márcio, as principais apostas de pódio em Pequim.
Mesmo esportes assegurados na Olimpíada não vivem bom momento. O handebol faturou vaga ao ser tricampeão do Pan. Cinco meses depois, chegou ao Mundial como candidato a zebra -a seleção tinha sido sétima em 2005. Porém o desempenho ficou abaixo do esperado. O time acabou o Mundial-2007 na 14ª posição.
O vôlei aportou em Atenas com o título daquele ano do Grand Prix, a terceira competição mais importante da modalidade. No GP de 2007, as comandadas de José Roberto Guimarães ficaram em quinto.


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