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TOSTÃO
Instável equilíbrio
Nunca haverá um equilíbrio perfeito no futebol. Quanto maior o equilíbrio, maisperto está de ser rompido
COMO O FUTEBOL é um esporte
de técnica e emoção, de razão
e paixão, de organização e improviso, e é jogado por seres humanos imperfeitos e instáveis, nunca
haverá o perfeito equilíbrio.
No início do futebol, os times jogavam com dois defensores, três médios e cinco atacantes. Era o total desequilíbrio. A preocupação era só fazer gols. Uma delícia. Aí os treinadores acabaram com a brincadeira e
trocaram os atacantes por defensores. O sonho dos técnicos é não ter
nenhum atacante fixo, todos marcando e atacando.
Se o campo é dividido entre três
setores, nunca haverá um total equilíbrio. Seriam três atrás, três no
meio e três na frente. Sobra o décimo jogador, que pode ser colocado
em qualquer parte, de acordo com o
humor e as preferências do técnico e
as necessidades do momento.
Quando falo em três atletas na
frente, não faz diferença se são dois
atacantes e um meia ofensivo ou
dois atacantes pelos lados e um centroavante. O Fluminense jogou no
início da Taça Guanabara com quatro na frente (três atacantes e um
meia ofensivo).
Para o Fluminense continuar
atuando bem com dois meias e dois
atacantes (quatro na frente), um dos
meias, alternadamente, terá que
participar da marcação no meio-campo, como fizeram contra o Arsenal. Porém mais importante que o
esquema tático é a qualidade dos
quatro da frente, especialmente de
Dodô.
Outra qualidade do Fluminense
nesse jogo foi a marcação por pressão, que o São Paulo fazia e não
faz mais.
Enfim, muitos times brasileiros e
de todo o mundo têm feito essa marcação cada vez mais e com mais eficiência, como realizou o Arsenal, da
Inglaterra, mesmo fora de casa, contra o Milan.
Neste início de ano, o time brasileiro mais equilibrado é o Cruzeiro,
que tem sempre, no mínimo, três jogadores marcando no meio-campo e
três perto do gol adversário. Mas
uma derrota hoje para o Atlético,
grande rival, pode gerar um grande
desequilíbrio na equipe.
A busca pelo equilíbrio é importante em qualquer atividade. Porém,
quando ela é obsessiva, retira o prazer e a beleza das coisas.
O equilíbrio é sempre rígido, como
uma corda puxada pelos dois lados.
Um dia arrebenta. Quanto mais tensa, mais perto está de ser rompida.
Nada mais chato também que
um jogo entre duas equipes excessivamente equilibradas. Uma anula a
outra. Viva o desequilíbrio, com
equilíbrio.
Craque
O zagueiro Juan, da Roma, foi o
grande destaque brasileiro na
rodada da Copa dos Campeões da
Europa. Contra o Real Madrid, ele
não fez uma falta, não deu carrinho, não foi driblado, não caiu uma
única vez nem chegou atrasado na
cobertura. Tudo feito com simplicidade, concisão e discrição. Um
craque.
Juntos
Como sempre foi um eficiente
garoto-propaganda, Pelé não
recusaria mais um trabalho. Ainda
mais para vender a imagem da
Copa do Mundo de 2014. O abraço
entre ele e Ricardo Teixeira, sob a
câmera e o apoio da TV Globo, era
mais do que esperado.
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