São Paulo, domingo, 09 de março de 2008

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TOSTÃO

Instável equilíbrio

Nunca haverá um equilíbrio perfeito no futebol. Quanto maior o equilíbrio, maisperto está de ser rompido

COMO O FUTEBOL é um esporte de técnica e emoção, de razão e paixão, de organização e improviso, e é jogado por seres humanos imperfeitos e instáveis, nunca haverá o perfeito equilíbrio.
No início do futebol, os times jogavam com dois defensores, três médios e cinco atacantes. Era o total desequilíbrio. A preocupação era só fazer gols. Uma delícia. Aí os treinadores acabaram com a brincadeira e trocaram os atacantes por defensores. O sonho dos técnicos é não ter nenhum atacante fixo, todos marcando e atacando.
Se o campo é dividido entre três setores, nunca haverá um total equilíbrio. Seriam três atrás, três no meio e três na frente. Sobra o décimo jogador, que pode ser colocado em qualquer parte, de acordo com o humor e as preferências do técnico e as necessidades do momento.
Quando falo em três atletas na frente, não faz diferença se são dois atacantes e um meia ofensivo ou dois atacantes pelos lados e um centroavante. O Fluminense jogou no início da Taça Guanabara com quatro na frente (três atacantes e um meia ofensivo).
Para o Fluminense continuar atuando bem com dois meias e dois atacantes (quatro na frente), um dos meias, alternadamente, terá que participar da marcação no meio-campo, como fizeram contra o Arsenal. Porém mais importante que o esquema tático é a qualidade dos quatro da frente, especialmente de Dodô.
Outra qualidade do Fluminense nesse jogo foi a marcação por pressão, que o São Paulo fazia e não faz mais.
Enfim, muitos times brasileiros e de todo o mundo têm feito essa marcação cada vez mais e com mais eficiência, como realizou o Arsenal, da Inglaterra, mesmo fora de casa, contra o Milan.
Neste início de ano, o time brasileiro mais equilibrado é o Cruzeiro, que tem sempre, no mínimo, três jogadores marcando no meio-campo e três perto do gol adversário. Mas uma derrota hoje para o Atlético, grande rival, pode gerar um grande desequilíbrio na equipe.
A busca pelo equilíbrio é importante em qualquer atividade. Porém, quando ela é obsessiva, retira o prazer e a beleza das coisas.
O equilíbrio é sempre rígido, como uma corda puxada pelos dois lados. Um dia arrebenta. Quanto mais tensa, mais perto está de ser rompida.
Nada mais chato também que um jogo entre duas equipes excessivamente equilibradas. Uma anula a outra. Viva o desequilíbrio, com equilíbrio.

Craque
O zagueiro Juan, da Roma, foi o grande destaque brasileiro na rodada da Copa dos Campeões da Europa. Contra o Real Madrid, ele não fez uma falta, não deu carrinho, não foi driblado, não caiu uma única vez nem chegou atrasado na cobertura. Tudo feito com simplicidade, concisão e discrição. Um craque.

Juntos
Como sempre foi um eficiente garoto-propaganda, Pelé não recusaria mais um trabalho. Ainda mais para vender a imagem da Copa do Mundo de 2014. O abraço entre ele e Ricardo Teixeira, sob a câmera e o apoio da TV Globo, era mais do que esperado.


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