São Paulo, domingo, 09 de março de 2008

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MotoGP começa sob holofotes

Abertura do Mundial será realizada hoje com inédita prova noturna, em circuito no deserto do Qatar

Para evitar sombras na pista e garantir segurança dos pilotos, sistema usado seria capaz de iluminar 70 campos de futebol ou 3.000 casas

DA REPORTAGEM LOCAL

Sob as luzes de 3.600 holofotes, 18 pilotos partem hoje em busca do título do Mundial de MotoGP no deserto do Qatar.
Pela primeira vez na história da principal categoria do motociclismo, uma corrida será realizada à noite, com luz artificial. A largada está programada para as 23h locais, 17h de Brasília.
Para a realização da prova, foi montado um megaesquema, que começou a ser colocado em prática há pouco mais de seis meses. Para transportar os equipamentos que iluminarão os 5.380 m do circuito, que recebe a categoria pela quinta vez, foram necessários 113 contêineres de navio e 44 de avião.
Por motivos de segurança, a empresa responsável pelo sistema de iluminação teve de trabalhar para que sombras e reflexos fossem eliminados, além de fazer com que as luzes não atrapalhassem os pilotos e fossem próprias para a TV e os torcedores nas arquibancadas.
Foram instalados no circuito mil postes, com alturas que variam de 3 m a 36 m, e que consumirão 5,4 milhões de watts, o suficiente para iluminar 70 campos de futebol ou cerca de 3.000 casas simultaneamente.
Tamanho investimento parece ter dado certo. Após a realização de alguns testes na pista durante a noite, os pilotos aprovaram a novidade.
"A primeira impressão [de pilotar à noite] é que parece que você está jogando "Need for Speed" no videogame", disse o atual campeão, Casey Stoner, 22. "Com certeza, é bem diferente do que estamos acostumados. Não diria que é melhor ou pior, só diferente", completou o australiano da Ducati.
Valentino Rossi, tetracampeão da MotoGP, concorda com o rival, mas vai além. "Fizeram um excelente trabalho com a iluminação e é verdade que é como se estivéssemos pilotando durante o dia. O maior problema na verdade é a temperatura, porque é muito frio à noite e isso torna nosso trabalho, especialmente com os pneus, mais difícil", falou Rossi.
Como o circuito fica localizado no deserto, a temperatura despenca durante a noite. Para servir de comparação, durante a corrida do ano passado a temperatura média foi de 45C, com 11% de umidade. Nos primeiros treinos livres, anteontem à noite, a temperatura era de 15C, e a umidade, de 32%.
"Sem dúvida é um novo desafio para nós. E o fim de semana será muito interessante", afirmou Jean-Philippe Weber, responsável pelos pneus Michelin na categoria. "A diferença é que a temperatura da pista vai cair no decorrer da corrida, o contrário do que acontece nas provas durante o dia", completou.
Mas, se a fabricante de pneus francesa sabe como devem se comportar seus compostos, os resultados dos testes noturnos da semana passada surpreenderam sua rival, a Bridgestone.
Para azar de Rossi e Stoner, a marca japonesa teve de correr nesta semana para criar uma nova especificação de pneus a tempo da prova no Qatar.
Uma outra novidade poderá ser vista na prova de hoje logo de cara. O espanhol Jorge Lorenzo, estreante e companheiro de Rossi na Yamaha, largará na pole, e o novato britânico James Toseland, também com uma Yamaha, partirá em segundo. Eles deixaram campeões do Mundial para trás: Stoner alinhará em quarto e Rossi sairá em sétimo.


Com agências internacionais

NA TV - GP do Qatar de MotoGP Sportv2, ao vivo, às 17h


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