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MotoGP começa sob holofotes
Abertura do Mundial será realizada hoje com inédita prova noturna, em circuito no deserto do Qatar
Para evitar sombras na pista e garantir segurança dos pilotos, sistema usado seria capaz de iluminar 70 campos de futebol ou 3.000 casas
DA REPORTAGEM LOCAL
Sob as luzes de 3.600 holofotes, 18 pilotos partem hoje em
busca do título do Mundial de
MotoGP no deserto do Qatar.
Pela primeira vez na história
da principal categoria do motociclismo, uma corrida será realizada à noite, com luz artificial.
A largada está programada para
as 23h locais, 17h de Brasília.
Para a realização da prova, foi
montado um megaesquema,
que começou a ser colocado em
prática há pouco mais de seis
meses. Para transportar os
equipamentos que iluminarão
os 5.380 m do circuito, que recebe a categoria pela quinta
vez, foram necessários 113 contêineres de navio e 44 de avião.
Por motivos de segurança, a
empresa responsável pelo sistema de iluminação teve de trabalhar para que sombras e reflexos fossem eliminados, além
de fazer com que as luzes não
atrapalhassem os pilotos e fossem próprias para a TV e os torcedores nas arquibancadas.
Foram instalados no circuito
mil postes, com alturas que variam de 3 m a 36 m, e que consumirão 5,4 milhões de watts, o
suficiente para iluminar 70
campos de futebol ou cerca de
3.000 casas simultaneamente.
Tamanho investimento parece ter dado certo. Após a realização de alguns testes na pista
durante a noite, os pilotos
aprovaram a novidade.
"A primeira impressão [de
pilotar à noite] é que parece
que você está jogando "Need for
Speed" no videogame", disse o
atual campeão, Casey Stoner,
22. "Com certeza, é bem diferente do que estamos acostumados. Não diria que é melhor
ou pior, só diferente", completou o australiano da Ducati.
Valentino Rossi, tetracampeão da MotoGP, concorda
com o rival, mas vai além. "Fizeram um excelente trabalho
com a iluminação e é verdade
que é como se estivéssemos pilotando durante o dia. O maior
problema na verdade é a temperatura, porque é muito frio à
noite e isso torna nosso trabalho, especialmente com os
pneus, mais difícil", falou Rossi.
Como o circuito fica localizado no deserto, a temperatura
despenca durante a noite. Para
servir de comparação, durante
a corrida do ano passado a temperatura média foi de 45C,
com 11% de umidade. Nos primeiros treinos livres, anteontem à noite, a temperatura era
de 15C, e a umidade, de 32%.
"Sem dúvida é um novo desafio para nós. E o fim de semana
será muito interessante", afirmou Jean-Philippe Weber, responsável pelos pneus Michelin
na categoria. "A diferença é que
a temperatura da pista vai cair
no decorrer da corrida, o contrário do que acontece nas provas durante o dia", completou.
Mas, se a fabricante de pneus
francesa sabe como devem se
comportar seus compostos, os
resultados dos testes noturnos
da semana passada surpreenderam sua rival, a Bridgestone.
Para azar de Rossi e Stoner, a
marca japonesa teve de correr
nesta semana para criar uma
nova especificação de pneus a
tempo da prova no Qatar.
Uma outra novidade poderá
ser vista na prova de hoje logo
de cara. O espanhol Jorge Lorenzo, estreante e companheiro de Rossi na Yamaha, largará
na pole, e o novato britânico James Toseland, também com
uma Yamaha, partirá em segundo. Eles deixaram campeões do Mundial para trás:
Stoner alinhará em quarto e
Rossi sairá em sétimo.
Com agências internacionais
NA TV - GP do Qatar de MotoGP
Sportv2, ao vivo, às 17h
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