São Paulo, domingo, 09 de abril de 2006

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No tudo ou nada, clubes jogam e secam no Paulista

Disputa entre Santos e São Paulo pelo título do campeonato, 3 rebaixamentos e vagas na terceira divisão do Nacional transformam rodada derradeira num verdadeiro vale-tudo

Antônio Gaudério/Folha Imagem
Santistas correm em treino para a rodada decisiva do Paulista-2006


DA REPORTAGEM LOCAL

Olhos na bola, ouvidos no rádio e atenção extra à TV, a partir das 16h. Vai ser assim a rodada derradeira do Paulista-2006.
Seja na luta pelo título entre Santos e São Paulo, na acirrada disputa contra o rebaixamento ou na briga pelas vagas na terceira divisão nacional, secar o rival será essencial ou a salvação para um eventual fracasso próprio.
Dos dez jogos da rodada, só o entre Corinthians e Paulista, no Pacaembu, não tem valor algum.
Com o título e três vagas do rebaixamento em aberto, o campeonato, na segunda edição depois da volta dos pontos corridos, tem um final bem diferente do ano passado, quando na rodada derradeira o campeão já estava definido e só restava a definição de um condenado à Série A-2 -sem falar na ameaça de mudanças de resultado no tapetão.
A decisão do título acontecerá em um estádio no litoral e outro no interior. O resultado final pode significar o fim de uma fila de 21 anos do Santos ou a confirmação da fama de bicho-papão que acompanha o São Paulo, atual campeão sul-americano e mundial, nos últimos meses.
Os comandados de Vanderlei Luxemburgo só dependem de uma vitória sobre a Portuguesa, que luta para não cair, na Vila Belmiro, que receberá 17 mil torcedores. Se tropeçarem, terão que secar o São Paulo diante do Ituano no campo neutro de Mogi Mirim -o estádio de Itu tem problemas na sua iluminação.
Dos dois lados, a promessa é não prestar atenção no jogo do concorrente, porém, o comportamento da torcida e as informações passadas por emissoras de rádio e TV vão sim influenciar.
"Gosto de ficar focado no time. Não vou ficar prestando atenção no jogo da Vila, mas sei que os repórteres de campo vão me informar se sair um gol lá", afirma o técnico são-paulino Muricy Ramalho, que busca seu sexto título estadual consecutivo.
Seu colega de profissão e adversário na disputa pelo título tem raciocínio bem parecido.
"Estou preparando minha equipe apenas para jogar contra a Portuguesa. Não vou ficar passando informações sobre o São Paulo ao longo da nossa partida. Dependemos só da gente. O resto não pode influenciar no nosso desempenho. Estamos jogando uma decisão", diz Luxemburgo, que tem a chance de ganhar o seu sexto Paulista por quatro times diferentes.
Os jogadores dos dois times repetem o discurso de seus chefes.
"Não podemos ficar pensando nisso [jogo do Santos]. Mas é claro que pela manifestação da torcida, que vai acompanhar pelo rádio, saberemos o que vai estar acontecendo lá", comenta o volante são-paulino Mineiro.
"Nossa concentração é 100% no jogo contra a Portuguesa, não no que vai acontecer em Mogi Mirim. O Luxemburgo tem nos dito que o importante mesmo é o que vai ocorrer conosco. Trabalhamos muito até agora para depender só de nós", diz o meia-atacante santista Léo Lima.

Degola
O rebaixamento, que vai ser definido em cinco partidas, promete dramaticidade. Principalmente pelos clubes envolvidos.
Sócios do Clube dos 13, Guarani e Portuguesa estão seriamente ameaçados. O time do Canindé depende das suas forças, mas, como enfrenta o líder Santos, é melhor secar os adversários para não ficar fora da elite, o que não acontece desde a década de 30.
Assim, terá que ficar atenta com o que acontece com o Marília (que joga em casa com o São Bento), Portuguesa Santista (que vai estar em Americana) e com o Guarani (que desafia o já condenado Mogi Mirim em Campinas).
Se não tem o mesmo cartaz, as disputas pelas vagas paulistas na Série C do Brasileiro podem significar, em alguns casos, a opção de manter os times no segundo semestre ou simplesmente fechar as portas até o Paulista de 2007.


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