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COPA 2006
Entre os cabeças-de-chave, time é o que mais teve jogos preparatórios e tempo de treinamento para o Mundial
"Irreal", México tenta ser protagonista
PAULO COBOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Para uma seleção que vive fora
da realidade da bola atual, só um
resultado fora da sua realidade
nas Copas vale na Alemanha.
No México, que nunca passou
das quartas-de-final e pode ser o
rival brasileiro nas semifinais agora (caso ambos terminem suas
chaves na liderança), sobram jogos preparatórios e tempo para
treinar. Entre o início de 2003 e a
abertura do próximo Mundial e
hoje, o time fez 63 jogos reconhecidos pela Fifa, ou 16 a mais que a
seleção brasileira, famosa pelo seu
calendário bastante inchado.
Até a estréia na Alemanha, o time tricolor ainda vai fazer três ou
quatro amistosos -a CBF só
acertou um jogo para o time de
Carlos Alberto Parreira.
E só isso não basta.
O México já convocou os jogadores para a Copa -foram chamados 26, e três serão cortados.
Os treinos começam já nesta semana, ou mais do que um mês
antes das grandes seleções européias e sul-americanas.
O país é beneficiado por ter o
grosso de seus selecionáveis jogando em casa -só quatro dos
convocados atuam fora.
E os cartolas mexicanos pouco
ligam para os clubes do país. Em
plena disputa da Libertadores, o
Chivas, que bateu o São Paulo
duas vezes na competição, vai ceder seis atletas para a seleção, incluindo o goleiro Sánchez, uma
das estrelas da seleção.
O técnico Ricardo Lavolpe desta
vez até teve material humano suficiente para esnobar. O atacante
Cuauhtémoc Blanco, ídolo mexicano, não foi chamado.
Não faltaram partidas oficiais
-as eliminatórias da Concacaf
são as mais longas do planeta- e
adversários de qualidade. Desde
2003, o México enfrentou o Brasil
três vezes e a Argentina em quatro
oportunidades. O time ainda fez
duelos com Alemanha, Suécia e
Paraguai, times que também vão
estar no Mundial desta ano.
E, de tanto jogar e treinar, o México passou de eterno saco de
pancadas do Brasil a asa negra.
Seja nos garotos sub-17, com times olímpicos ou com os times
principais, os mexicanos bateram
os brasileiros nos últimos anos.
Pelas estatísticas da CBF, o México havia jogado 18 vezes contra
o Brasil até 1995. Nesses confrontos, aconteceram apenas dois
triunfos do selecionado mexicano. Desde então, foram 12 partidas com o Brasil representado por
formações adultas, com quatro
vitórias mexicanas.
O time verde e amarelo ainda foi
batido na final da Copa Ouro de
2003, quando enviou para a disputa um estrelado time sub-23.
No ano passado o estrago foi pior.
Na decisão do Mundial sub-17, o
México ganhou fácil do Brasil.
"O México é um rival muito perigoso. A evolução deles é evidente", reconhece Parreira, que também já sentiu a força mexicana.
No ano passado, na aclamada
campanha que seu time fez na Copa das Confederações, a única
derrota na competição foi contra
o hoje temido México. E foi nesse
torneio que Lavolpe disse ter
achado a forma ideal de jogar.
"Na Copa das Confederações,
tomei a decisão de como quero meu time jogando, de como vou enfrentar meus rivais e que time levarei a
campo. Ele precisa ser dinâmico, com equilíbrio defensivo e ofensivo. Por isso,
quero jogadores que possam jogar de área à área."
Na ocasião, depois de ganhar do
Brasil, Lavolpe não teve temor em
apontar qual foi o caminho da vitória. "Aproveitamos os espaços
deixados pelos avanços de Cicinho [que substituía Cafu]."
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