São Paulo, domingo, 09 de abril de 2006

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O PERSONAGEM

Treinador adota linha dura e corta o individualismo

DA REPORTAGEM LOCAL

Um argentino linha-dura, que escreve carta aberta para peitar a imprensa e faz cara feia para o individualismo, é o retrato na prancheta da superpreparação do México para a Copa da Alemanha.
Nos 12 Mundiais que o México já disputou, nenhum treinador teve a mesma rodagem com a equipe do que Ricardo Lavolpe, 54.
Contra os 67 jogos que ele deve fazer entre sua estréia no cargo e o começo da Copa, outros treinadores do México tiveram uma média de 20 jogos. Quem chegou mais perto foi Bora Milutinovic, que fez 52 partidas no comando da equipe antes da Copa-86, em solo mexicano.
Na verdade, Lavolpe quebrou uma longa instabilidade. Antes de ele assumir, em 2003, o México teve dez treinadores em apenas 13 anos.
Seu reinado foi marcado por brigas com críticos e jogadores. Chegou a escrever uma longa carta, publicada no site da federação mexicana, para reclamar da cobertura feita pela imprensa.
Também enfrentou crises pesadas, como a vivida na Copa das Confederações, quando dois jogadores de seu time foram pegos em exames antidoping.
Ao deixar o atacante Blanco de fora da lista de convocados para este Mundial, mostrou que não suportava o estrelismo do atleta. "Considero mais o funcionamento do time do que as individualidades", justificou.
Lavolpe deu a entender que atenderá à reivindicação de alguns jogadores, que reclamaram do que consideram exageros do treinador no rigor da concentração.
"A concentração não será um quartel militar. Haverá saídas para os jogadores, porque assim é preciso. Muitos jogadores se enchem de concentrações longas, e o que eu menos quero é ter jogadores chateados", declarou Lavolpe. Para a Copa, o argentino nem pensa na máxima que segue o México: "Joga como nunca, perde como sempre".
"O time está unido, sabe o que quer dentro de campo e, para culminar com um fecho de ouro esse processo, temos que ficar entre os melhores do mundo." (PC)


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