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O PERSONAGEM
Treinador adota linha dura e corta o individualismo
DA REPORTAGEM LOCAL
Um argentino linha-dura,
que escreve carta aberta para
peitar a imprensa e faz cara
feia para o individualismo, é
o retrato na prancheta da superpreparação do México
para a Copa da Alemanha.
Nos 12 Mundiais que o
México já disputou, nenhum treinador teve a mesma rodagem com a equipe
do que Ricardo Lavolpe, 54.
Contra os 67 jogos que ele
deve fazer entre sua estréia
no cargo e o começo da Copa, outros treinadores do
México tiveram uma média
de 20 jogos. Quem chegou
mais perto foi Bora Milutinovic, que fez 52 partidas no
comando da equipe antes da
Copa-86, em solo mexicano.
Na verdade, Lavolpe quebrou uma longa instabilidade. Antes de ele assumir, em
2003, o México teve dez treinadores em apenas 13 anos.
Seu reinado foi marcado
por brigas com críticos e jogadores. Chegou a escrever
uma longa carta, publicada
no site da federação mexicana, para reclamar da cobertura feita pela imprensa.
Também enfrentou crises
pesadas, como a vivida na
Copa das Confederações,
quando dois jogadores de
seu time foram pegos em
exames antidoping.
Ao deixar o atacante Blanco de fora da lista de convocados para este Mundial,
mostrou que não suportava
o estrelismo do atleta. "Considero mais o funcionamento do time do que as individualidades", justificou.
Lavolpe deu a entender
que atenderá à reivindicação
de alguns jogadores, que reclamaram do que consideram exageros do treinador
no rigor da concentração.
"A concentração não será
um quartel militar. Haverá
saídas para os jogadores,
porque assim é preciso.
Muitos jogadores se enchem
de concentrações longas, e o
que eu menos quero é ter jogadores chateados", declarou Lavolpe. Para a Copa, o
argentino nem pensa na máxima que segue o México:
"Joga como nunca, perde
como sempre".
"O time está unido, sabe o
que quer dentro de campo e,
para culminar com um fecho de ouro esse processo,
temos que ficar entre os melhores do mundo."
(PC)
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