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O PERSONAGEM
Paulinho tem 'sobrevida'
da Reportagem Local
No início do ano, Paulo
Ricardo Mendonça, 28, o
Paulinho, deixou o Report-Nipomed, time pelo qual
conquistara três títulos nacionais por não querer aceitar uma imposição do técnico Ricardo Navajas: com
1,87 m, só continuaria no time se fosse como líbero.
O pedido fazia sentido: reserva, Paulinho somente fazia as passagens de fundo
de quadra.
Foi para o Telepar/Maringá, da cidade homônima no
Paraná, com a garantia de
que atuaria como atacante.
Com o desligamento do jogador que faria o papel não
teve alternativa: virou o líbero do Telepar.
Nesta posição, pela primeira vez na carreira, foi
convocado para uma seleção brasileira.
""A minha chance de jogar
vôlei é como líbero. Assim,
posso jogar mais uns dez
anos. Como atacante, não
jogava mais que dois ou
três", diz o jogador que teve
a carreira ameaçada em
1996 -ficou a temporada
inteira inativo- por causa
de uma contusão no tendão
de Aquiles.
A seguir, trechos da entrevista que concedeu do Rio,
onde a seleção treina para a
Liga Mundial.
Folha - Você não queria
atuar como líbero, mas é
nessa função que conseguiu
chegar à seleção. Já se
adaptou?
Paulinho - Eu saí de Suzano para ser atacante. Mas
ocorreram umas mudanças
no Maringá, o cara que ia
ser líbero se desligou, e o
técnico pediu para eu jogar.
A adaptação foi rápida. Sei
que essa mudança vai esticar minha carreira por mais
um tempo. Quando comecei a jogar, com meu 1,87 m,
ainda dava. Hoje, a minha
chance é como líbero. Meu
companheiro de quarto (o
juvenil Dante) tem 2,00 m.
E o moleque tem 18 anos.
Folha - Você acredita que
poderá continuar na seleção?
Paulinho - Não se pode ir
para uma seleção por ir. A
única coisa que pesa um
pouco é a falta de experiência em nível internacional.
Creio que com uma ou duas
partidas, se resolve.
Folha - O técnico Radamés
Lattari já lhe deu algum indicativo de quem vai atuar,
você ou Kid?
Paulinho - Não, por enquanto não disse nada. Ele
pode querer utilizar os dois.
É treinar e estar pronto
quando for preciso.
Folha - Já se acostumou
ao ambiente de seleção?
Paulinho - Foi a parte mais
fácil. Todo mundo que está
aqui, eu conheço de clube.
Ou já foi meu companheiro
ou joguei contra.
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