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O PERSONAGEM
Santos cresceu sem Dodô, diz revelação Giba
FAUSTO SIQUEIRA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SANTOS
A saída do atacante Dodô do
time titular modificou a forma
de jogar do Santos e está entre
os fatores que levaram a equipe
à decisão do Paulista, segundo
avaliação do técnico Giba.
Sob o comando de Carlos Alberto Silva, demitido em maio,
Dodô era titular absoluto. Depois que Giba assumiu, o jogador, uma das estrelas do time,
foi para a reserva. Ex-lateral do
Corinthians, Antonio Gilberto
Maniaes, 38, concedeu entrevista ontem à Agência Folha no
CT Rei Pelé, do Santos. Leia, a
seguir, os principais trechos:
Agência Folha - Em apenas
quatro anos de carreira como
treinador, você já está na decisão de um campeonato importante. Dá insegurança?
Giba - Pelo contrário. Se estou
aqui, é porque mereço. É minha quarta decisão. As outras
três, já ganhei (Paulista da B1-B
de 96 pelo Valinhos, Copa São
Paulo de Juniores de 97 pelo
Paulista e Campeonato Alagoano de 98 pelo CSA). Decisão é
igual em todo lugar.
Agência Folha - O que explica
você conseguir resultados após
um mês de trabalho com o mesmo time que fracassou nas mãos
de Carlos Alberto Silva?
Giba - Não posso dizer em relação ao trabalho dele porque
seria antiético. O que posso dizer é que houve uma assimilação melhor pelos jogadores da
forma de conduzir e de treinar.
Agência Folha - O Santos é um
time violento?
Giba - Quantos cartões vermelhos o time teve nos últimos
oito jogos? Dois. Posso responder pelos meus jogos. A equipe
não é violenta. Violência é o
que se viu no jogo Corinthians
e São Paulo, com nego dando
voadora, pontapé.
Agência Folha - As declarações
são-paulinas sobre a violência
do Santos são uma maneira provocar seu time?
Giba - Sinceramente, acho isso uma conversa fútil. Nem me
interessa. Não vejo onde está a
experiência nisso. Se houver
uma falta mais violenta, o árbitro vai expulsar, seja jogador
do São Paulo ou do Santos.
Agência Folha - Como técnico,
você quase foi para o Palmeiras
e acabou sendo preterido...
Giba - Se quase fui, sou o único que não sabe. Li na Folha.
Cheguei a conversar com o Sebastião Lapola, que é meu amigo, e, quando disse que estava
trabalhando como treinador,
ele me pediu, na época, o currículo, porque ia mandar para a
Arábia Saudita, mas não necessariamente para o Palmeiras.
Agência Folha - Você classifica
como indisciplina as declarações
do Dodô de que não aceitava a
reserva porque é o artilheiro da
equipe?
Giba - Ele era mal-acostumado. Graças a Deus, aprendeu,
entre aspas. Antes de eu assumir, o time jogava para o Dodô,
e o Dodô não dava a resposta
necessária. Seis gols é muito
pouco para o artilheiro de um
grande clube. É muito na Inter
de Limeira. Então, o Santos jogava em função do Dodô. Onde
chegou jogando assim?
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