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BOXE
Pá de cal
EDUARDO OHATA
DA REPORTAGEM LOCAL
""O grande dia pelo qual a
"The Ring" e milhões de
fãs há muito tempo esperavam
chegou. O CMB está morto, por
conta de sua malandragem e da
decisão da Justiça dos EUA de que
deve pagar US$ 31 milhões de indenização a Graciano Rocchigiani por entender que a entidade tomou injustamente do alemão seu
cinturão dos meios-pesados.
De toda forma, a minha alegria
pelo fim desse parasitário bando
de canalhas foi diminuída por
uma infeliz declaração do campeão dos meios-pesados Antonio
Tarver, na qual ele elogia o CMB
e oferece a Rocchigiani uma oportunidade de este desafiá-lo pelo
seu título se "esse modesto gesto de
minha parte ajudar a reviver o
verde-e-dourado do cinturão que
visto com orgulho e dignidade".
Se Tarver quer enfrentar alguém que perdeu cinco de seus últimos nove combates e que não
pisa no ringue desde que perdeu
por pontos para Thomas Ulrich
em maio de 2003, ele tem o direito
de fazê-lo. Mas uma luta tão desigual não trará de volta o CMB,
cujo presidente, Jose Sulaiman,
instrui seu conselho legal a iniciar
seu procedimento de liquidação.
Acho que entendo o que passa
pela cabeça de Tarver: ele cresceu
assistindo a seus pugilistas favoritos com o cinturão do CMB e provavelmente sonhava com o dia no
qual poderia imitar seus ídolos.
Além disso, como ele reconhece,
Tarver ficou agradecido pelo fato
de o CMB ter ordenado uma revanche após sua primeira luta.
Mas aparentemente Tarver não
conta com bom senso de história e
tampouco consegue enxergar em
perspectiva. O que o faz pensar
que o CMB não o passaria para
trás como fez com Rocchigiani?
Não que o caso de Rocchigiani
tenha sido o primeiro em que o
CMB prejudicou o esporte. Sulaiman e seus comparsas têm prejudicado a "doce ciência" há décadas. Lembra-se de quando Sulaiman inicialmente se recusara a
reconhecer "Buster" Douglas como
campeão dos pesados após ele ter
nocauteado Mike Tyson?
Não temos espaço para listar
cada irregularidade do CMB.
(...)
E é tudo parte do que Tarver
chama de longa e honorável história do CMB. Dêem um tempo!
Aprecio o fato de muitos campeões do CMB ficarem sem cinturões, mas, em primeiro lugar,
muitos deles não eram verdadeiros campeões. Aqueles que são
campeões, como Vitali Klitschko,
Bernard Hopkins, Winky Wright,
Cory Spinks, Kostya Tszyu, Jose
Luis Castillo e Tarver, não têm
com que se preocupar. Eles têm o
cinturão da "The Ring" -o que
não os torna imunes às ações das
entidades alfabéticas-, com o
benefício de que não cobramos
taxas e milhares de dólares/ano.
(...)
Sejam inteligentes. É um novo
dia para o boxe. Se não aproveitarem essa oportunidade, Tarver,
um genuíno bom rapaz, e o resto
da indústria do boxe terão apenas a si mesmos para culpar
quando acabarem em uma situação daquelas que o CMB havia se
acostumado a perpetrar."
É com esse editorial, encaminhado a esta coluna, que a ""The
Ring" quer, em sua próxima edição, jogar a pá de cal no CMB.
Popó
O brasileiro participou recentemente de entrevista coletiva nos EUA
para promover sua luta de 7 de agosto com Diego ""Chico" Corrales.
""Ele é um pegador duro, boxeia bem e é um excelente contragolpeador, mas sou ainda melhor nos contragolpes e muito mais veloz. Estou pronto para ele. Se eu o atingir em cheio, a luta acabará.
Corrales
é mais alto do que eu [Corrales mede 1,78 m; o brasileiro, 1,68 m],
mas isso não me preocupa, pois já derrotei adversários mais altos.
Não estudei teipes dele. Não costumo assistir a teipes, pois os lutadores mudam de luta para luta. Corrales enfrentou Joel Casamayor, e
Casamayor é um lutador sujo e canhoto, não adiantaria nada para
mim assistir ao vídeo de sua luta. Esse é o combate mais importante
de minha carreira. Se vencer, posso me concentrar em uma luta com
Floyd Mayweather, a quem tenho desafiado nos últimos três anos."
E-mail: eohata@folhasp.com.br
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