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Retrospecto projeta poucos gols
Nunca times que decidiram a Copa protagonizaram jogos com média tão baixa quanto França e Itália
Defensores dos dois países
só permitiram três gols aos
rivais no Mundial e juntos
viram suas partidas terem
média inferior a dois tentos
DOS ENVIADOS A BERLIM
E DOS ENVIADOS A DUISBURGO
Numa final tudo pode acontecer, diz o chavão do futebol.
Mas, se a estatística conta, a decisão de hoje entre França e
Itália promete ser uma das menos goleadoras da história das
Copas, iniciada em 1930.
Nunca o jogo decisivo de um
Mundial reuniu seleções que fizeram jogos com tão poucos
gols como o de Berlim, no Estádio Olímpico. Isso levando-se
em conta tanto os números absolutos como a média.
Foram 12 partidas com os
dois times em campo até agora
na Alemanha. Neles, a rede balançou só 22 vezes, ou duas a
menos do que ocorreu com alemães e argentinos antes da decisão de 1986, que até então detinha o recorde negativo.
O índice de 1,83 gol dos jogos
dos franceses e italianos nesta
Copa é a única dos finalistas
que fica abaixo dos dois tentos.
Também fica distante da já tímida média geral da Copa-06
-2,3 gols até o jogo de hoje.
A França, que já foi famosa
por um jogo ofensivo, é quem
mais ajuda a puxar a conta para
baixo -em seus seis jogos até
aqui no Mundial, a média ficou
em 1,67 gol por confronto (marcou oito e sofreu dois). Na Itália, esse número foi de exatos
dois tentos (fez 11 e sofreu um),
marca superada até pelo time
que foi campeão em 1982.
E não serve como desculpa
que os tempos mudaram ou
que jogos envolvendo grandes
têm menos gols. Em 2002, Brasil e Alemanha tinham uma
média conjunta de gols antes
da decisão que se aproximava
de três, assim como em 1998,
com franceses e brasileiros.
Com finalistas desse estilo,
numa Copa que deve ser a segunda em que a rede menos balançou, a Fifa até anunciou grupos para estudar a artilharia
baixa e analisar medidas para
que a tendência seja alterada.
O desenho tático dos finalistas ajuda a explicar a seca de
gols. Os dois lados só têm um
atacante fixo. São também times com volantes eficientes e
zagueiros de alto nível. E equipes envelhecidas, que quase
sempre saíram na frente e depois administraram o placar.
E, apesar da falta de emoção,
os dois lados estão contentes
com a forma como atuam.
"Somos um time que tem
uma grande capacidade de
compactação. Assim, induzimos o rival ao erro e partimos
com força para o ataque", disse
o zagueiro italiano Cannavaro.
"Eu me sinto ainda mais seguro agora. Não tenho qualquer
receio quando o time adversário nos ataca", afirmou o goleiro italiano Buffon. "Nos defendemos como leões", falou o atacante francês Henry.
"Somos um time que gosta de
ganhar. Para isso, não decidimos fortificar mais a defesa ou
o ataque. Procuramos o balanço, a coerência. Acho que conseguimos marcar 11 gols e só levar um porque pensamos no jogo como um todo", disse o técnico italiano, Marcello Lippi.
O retrospecto também não
incomoda o treinador francês
Raymond Domenech. "Será
um jogo como qualquer outro."
Hoje, ambos os times esperam problemas. "Teremos muitas dificuldades para penetrar
na defesa deles", comentou o
lateral-direito Sagnol. "Não há
como marcar Zidane", lamentou o volante Gattuso.
Para a partida de hoje, cada
time terá um desfalque. Na
França, ele não é tão importante. Suspenso, o atacante Saha,
que nem primeira opção do setor é, fica de fora. Já a Itália não
contará com o zagueiro Nesta,
que está machucado.0
(FÁBIO VICTOR, PAULO COBOS, GUILHERME ROSEGUINI E RICARDO PERRONE)
NA TV - Itália x França
Globo, Bandsports, ESPN Brasil,
Sportv, Directv, ao vivo, às 15h
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