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FUTEBOL
Sem acervo e com obras inacabadas, local está fechado há quatro meses
Museu Mané Garrincha é "esquecido" no Maracanã
SÉRGIO RANGEL
DA SUCURSAL DO RIO
Inaugurado para ser o principal
centro da memória do futebol
brasileiro, o Museu Internacional
Mané Garrincha está fechado há
cerca de quatro meses no estádio
do Maracanã (zona norte do Rio).
Sem acervo e com as obras inacabadas, o presidente da Suderj
(Superintendência de Desportos
do Estado do Rio de Janeiro), Asfilófio de Oliveira Filho, decidiu
proibir a visitação ao museu logo
depois de assumir a administração do estádio, no início de abril.
"A idéia é ótima, mas não poderia manter aberto um espaço sem
conforto e segurança para o visitante", declarou Oliveira Filho.
"Para ter uma idéia, o único
acervo que temos é sobre a vida
do Garrincha porque ele já existia
dentro do estádio. O acesso também é impossível", acrescentou.
Para o visitante chegar ao museu, ele seria obrigado a passar
por um dos canteiros de obras
montados na reforma do estádio.
O museu, construído debaixo
da arquibancada do estádio, foi
montado às pressas, segundo Oliveira Filho. De acordo com o presidente da Suderj, a obra foi realizada em menos de 70 dias e acabou custando cerca de R$ 4 milhões aos cofres da entidade.
A inauguração contou com a
presença do então governador do
Rio, Anthony Garotinho (PSB).
O evento foi realizado em 3 de
abril, dois dias antes de Garotinho
renunciar ao governo do Rio para
concorrer à eleição presidencial.
"Isso é mais uma obra inaugurada inacabada que herdamos da
gestão passada", afirmou o presidente da Suderj.
A construção do museu era um
dos principais pontos da reforma
do estádio, iniciada pelo governo
Garotinho em 1999.
Na época, o governador anunciou que seriam gastos cerca de
R$ 50 milhões para modernizar
todo o complexo esportivo do
Maracanã (estádio, ginásio do
Maracanãzinho, pista de atletismo e parque aquático).
O então ministro Rafael Greca
(Esporte e Turismo) disse que o
governo federal daria cerca de R$
15 milhões para ajudar no projeto.
O museu era uma aposta do governo estadual para ser um dos
atrativos turísticos da cidade.
Durante o ano passado, o escritório americano de design Ralph
Appelbaum, um dos mais prestigiados internacionalmente, chegou a acertar com o governo do
Rio a realização de um projeto para o museu. A proposta foi abortada por causa do alto custo.
O fechamento do museu é uma
decepção para os visitantes.
"Queria conhecer o museu, mas
é impossível chegar lá por causa
das obras. Apesar da alegria de
conhecer o gramado e os vestiários, fiquei um pouco decepcionado", declarou o engenheiro paulista Carlos Miranda de Lima, 43.
"Soube que o estádio havia ganho um museu supermoderno e
queria conhecê-lo. Cheguei aqui e
só vi máquinas", disse o ecologista paraense Rui de Almeida, 38.
Oliveira Filho afirmou que sua
intenção é reabrir o museu até o
final deste ano. "Estamos concluindo as obras para deixar tudo
pronto até setembro", afirmou o
presidente da Suderj.
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