São Paulo, quarta-feira, 09 de agosto de 2006

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Muricy se vê nos dois lados da decisão

Internacional faz questão de reconhecer méritos de seu ex-treinador, hoje no São Paulo, na formação do time atual

São-paulino afirma que não se ilude com demonstrações de afeto, já que, "quando a bola rolar, todos vão esquecer que eu estive lá"


DO ENVIADO A SANTOS
E DA REPORTAGEM LOCAL

De um lado, o presente, do outro, um passado afetuoso. O respeito a Muricy Ramalho é uma constante dos dois lados da final de hoje, no Morumbi.
"É uma final com o dedo do Muricy", afirmou Fernandão, ao fim do treino de ontem. "Estou continuando o trabalho do Muricy", reforçou Abel Braga. "Ele montou o time, só estou tocando. O treino foi secreto pelo conhecimento do Muricy em relação ao grupo do Inter. Sabemos que ele usará essa questão para tentar nos vencer", completou Abel, com humildade rara, mas exata noção do perigo do lado de lá.
No Internacional, sente-se muito presente a sombra do antigo treinador, hoje rival, que comandou a equipe de setembro de 2004 ao fim do ano passado, levando o time ao vice nacional e à vaga na Libertadores.
"O Inter tem um bom time, é um clube com que tenho uma identificação grande, mas, na hora em que a bola rolar, vão esquecer tudo", afirma Muricy, sem qualquer ilusão. "A torcida [do Internacional] vai esquecer que eu estive lá, e, se tiver homenagens, tudo vai ser antes."
A relação do treinador Muricy com o Inter é anterior. Começa em 2003, quando o técnico orientou o time a um honroso sexto lugar no Brasileiro.
No ano seguinte, saiu para treinar o São Caetano. Conduziu o time do ABC ao título do Paulista. Até que, em setembro de 2004, foi chamado pela diretoria do Inter novamente.
Nessa passagem, deixou amigos e devedores de gratidão, como Rafael Sóbis. "Ele foi o técnico que me bancou. Quando a torcida estava me criticando, me botou para jogar."
Muricy afirma que a intimidade ajuda. Na hora das preleções, fica fácil explicar ao elenco são-paulino como cada rival atua. O que não quer dizer que seja infalível, como faz questão de ressaltar o próprio técnico.
"Na hora do jogo, a improvisação pode burlar todo o meu planejamento com uma atitude inesperada. Dentro de campo, quem decide é o jogador."
No São Paulo, seus atuais comandados fazem questão de elogiar o técnico por sua facilidade em se fazer entender, principalmente pelo seu passado como meia que integrou o elenco do São Paulo que caiu na final da Libertadores de 1974 ante o Independiente (ARG).
"Como ele foi jogador, acaba passando as coisas com mais facilidade para nós. Ele entende o que acontece com a gente no campo", diz o zagueiro Edcarlos.0 (MÁRVIO DOS ANJOS, TALES TORRAGA E TONI ASSIS)

NA TV - São Paulo x Internacional Globo e Sportv, ao vivo, às 21h45


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