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Muricy se vê nos dois lados da decisão
Internacional faz questão de reconhecer méritos de seu ex-treinador, hoje no São Paulo, na formação do time atual
São-paulino afirma que não
se ilude com demonstrações
de afeto, já que, "quando
a bola rolar, todos vão
esquecer que eu estive lá"
DO ENVIADO A SANTOS
E DA REPORTAGEM LOCAL
De um lado, o presente, do
outro, um passado afetuoso. O
respeito a Muricy Ramalho é
uma constante dos dois lados
da final de hoje, no Morumbi.
"É uma final com o dedo do
Muricy", afirmou Fernandão,
ao fim do treino de ontem. "Estou continuando o trabalho do
Muricy", reforçou Abel Braga.
"Ele montou o time, só estou
tocando. O treino foi secreto
pelo conhecimento do Muricy
em relação ao grupo do Inter.
Sabemos que ele usará essa
questão para tentar nos vencer", completou Abel, com humildade rara, mas exata noção
do perigo do lado de lá.
No Internacional, sente-se
muito presente a sombra do
antigo treinador, hoje rival, que
comandou a equipe de setembro de 2004 ao fim do ano passado, levando o time ao vice nacional e à vaga na Libertadores.
"O Inter tem um bom time, é
um clube com que tenho uma
identificação grande, mas, na
hora em que a bola rolar, vão
esquecer tudo", afirma Muricy,
sem qualquer ilusão. "A torcida
[do Internacional] vai esquecer
que eu estive lá, e, se tiver homenagens, tudo vai ser antes."
A relação do treinador Muricy com o Inter é anterior. Começa em 2003, quando o técnico orientou o time a um honroso sexto lugar no Brasileiro.
No ano seguinte, saiu para
treinar o São Caetano. Conduziu o time do ABC ao título do
Paulista. Até que, em setembro
de 2004, foi chamado pela diretoria do Inter novamente.
Nessa passagem, deixou amigos e devedores de gratidão, como Rafael Sóbis. "Ele foi o técnico que me bancou. Quando a
torcida estava me criticando,
me botou para jogar."
Muricy afirma que a intimidade ajuda. Na hora das preleções, fica fácil explicar ao elenco são-paulino como cada rival
atua. O que não quer dizer que
seja infalível, como faz questão
de ressaltar o próprio técnico.
"Na hora do jogo, a improvisação pode burlar todo o meu
planejamento com uma atitude
inesperada. Dentro de campo,
quem decide é o jogador."
No São Paulo, seus atuais comandados fazem questão de
elogiar o técnico por sua facilidade em se fazer entender,
principalmente pelo seu passado como meia que integrou o
elenco do São Paulo que caiu na
final da Libertadores de 1974
ante o Independiente (ARG).
"Como ele foi jogador, acaba
passando as coisas com mais facilidade para nós. Ele entende o
que acontece com a gente no
campo", diz o zagueiro Edcarlos.0
(MÁRVIO DOS ANJOS, TALES TORRAGA E TONI ASSIS)
NA TV - São Paulo x Internacional
Globo e Sportv, ao vivo, às 21h45
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