São Paulo, domingo, 9 de agosto de 1998

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FUTEBOL NO MUNDO
Liga da Justiça

RODRIGO BUENO
Enquanto isso, na Sala da Justiça... Independentemente da sua idade, você já deve ter escutado isso uma porção de vezes. Quando era criança, assistia ao desenho dos Superamigos, em que a frase acima é seguidamente repetida, e não entendia direito por que o Super-Homem, tão poderoso, resolveu um dia se juntar com o Batman, a Mulher Maravilha, o Aquaman e outros heróis para formar a Liga da Justiça.
Hoje, bem mais amadurecido, vejo a Superliga de futebol que está para ser criada na Europa e entendo as razões para aquele sindicato de superpoderosos.
Os grandes precisam da companhia de outros grandes, para continuarem nessa condição.
O que ganha a Juventus de Turim ao enfrentar o Empoli? E o que significa para o Real Madrid jogar contra o Salamanca? O Manchester United lucra ao duelar com o Derby County?
Juntas, essas potências do futebol mundial podem faturar horrores com direitos de TV, exploração de suas marcas, venda de carnês antecipados etc.
Separadas, elas sobrepujam rivais locais de pouca expressão e ganham torneios nacionais.
Na era da globalização, cada vez mais se pensa no macro.
Silvio Berlusconi, magnata que preside o Milan, previu já nos anos 80, quando montou um dos maiores times da história, a criação dessa Superliga.
Como não dizer sim para um torneio que renderá cerca de US$ 60 milhões de prêmio ao time campeão e mais de US$ 20 milhões aos clubes que simplesmente participarem do evento?
Com critérios questionáveis ou não na escolha dos sócios da liga, o fato é que no mundo todo os gigantes se unem.
Seja na até agora desprezada Copa Mercosul, seja na esdrúxula Copa Merconorte que está por vir, seja na possível liga brasileira dos grandes clubes ou seja ainda no Campeonato Paulista, que garante mais dinheiro aos seus participantes a cada ano para não ser extinto.



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