das agências internacionais

Desde a última semana, a Itália discute a possibilidade de seu milionário futebol estar alicerçado por jogadores dopados e por uma extensa rede internacional de tráfico de substâncias proibidas.
A denúncia foi feita pelo técnico da Roma, Zdenek Zeman, que classificou o Campeonato Italiano como "uma farmácia".
"Impressiona como alguns jogadores desenvolveram uma estrutura muscular tão rapidamente", disse o treinador tcheco a revista "L'Espresso", citando nominalmente Gianluca Vialli, atualmente no Chelsea, da Inglaterra, e Del Piero, um dos grandes astros da Juventus de Turim.
O teor da entrevista já havia sido adiantado há duas semanas, causando indignação por parte dos dirigentes italianos. Mas, após a íntegra da entrevista ter sido publicado na sexta-feira, a Federação Italiana de Futebol, respaldada pela liga e pelos clubes, decidiu promover uma discussão sobre o tema no dia 1º de setembro.
Criticado pelos jogadores e por clubes como a Juventus, apoiado por membros do Comitê Olímpico Italiano e pelo técnico do Bolonha, Carlo Mazzone, Zeman tocou em um assunto delicado.
Na entrevista, apesar de nunca usar a palavra doping, o treinador da Roma afirmou que "muitos jogadores não sabem renunciar a certas substâncias".
"Sei de muitos médicos que passaram do ciclismo para o futebol e de muitos clubes da primeira divisão que utilizam remédios", declarou, fazendo alusão ao recente escândalo da Volta da França.
"É preciso evitar que algo parecido acontece no campeonato."
Zeman, além de afirmar já ter recebido vários prospectos de substâncias que prometem melhorar em 50% o desempenho dos atletas, disse ainda que os dirigentes "fecham os olhos porque o esporte é movido por muitos interesses".
Segundo as autoridades italianas, o EPO, substância que aumenta a quantidade de glóbulos vermelhos no sangue, é a droga da moda e estaria sendo distribuída pelo narcotráfico.



Texto Anterior | Próximo Texto | Índice