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São Paulo, terça-feira, 09 de setembro de 2003

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FUTEBOL

Único titular do time atual desprezado na campanha do penta se torna peça-chave para técnico reimplantar 4-4-2

Zé Roberto brilha como o dedo de Parreira

Jorge Araújo/Folha Imagem
Zé Roberto, "facilitador' de Parreira, dá entrevista, em Manaus


PAULO COBOS
ENVIADO ESPECIAL A MANAUS

O estranho no ninho no grupo pentacampeão e que agora joga as eliminatórias é o maior trunfo de Carlos Alberto Parreira para desvincular a sua seleção daquela comandada por Luiz Felipe Scolari.
Na vitória contra a Colômbia, anteontem, o meia Zé Roberto calou os críticos e fez o 4-4-2 de Parreira e Zagallo funcionar pela primeira vez na temporada.
Dos 11 jogadores que começaram o duelo com os colombianos, nove estiveram no último Mundial. Outro, o volante Emerson, seria o capitão do time de Scolari, mas se machucou antes da estréia e acabou cortado. Já Zé Roberto ficou fora dos planos do gaúcho.
Mas, mais do que uma cara nova, o meia é a principal aposta tática de Parreira. "O nome dele deveria ser facilitador. Ele facilita a vida de todo o time. Tem uma função muito importante no meu time", disse Parreira, exultante, após o triunfo contra a Colômbia.
O treinador festejou a performance do atleta após os resultados ruins nos amistosos do primeiro semestre, quando o meia e o time decepcionaram.
Ao prestigiar Zé Roberto, Parreira mostra que continua atento às opiniões do coordenador técnico Zagallo, admirador do jogador.
Tão requisitado quanto Ronaldo no primeiro dia da seleção em Manaus, onde a equipe irá enfrentar o Equador amanhã, Zé Roberto comemorava.
"Acho que foi a minha melhor atuação com a camisa da seleção", diz o meia, que vê semelhanças na sua função atual com a que desempenhou durante a gestão de Wanderley Luxemburgo, em que formava um trio pelo lado esquerdo com Roberto Carlos e Rivaldo.
Mas, individualmente, muita coisa, segundo o jogador, mudou em relação àquele tempo.
"Me vejo hoje como um jogador mais completo. Habilidade foi um dom que sempre tive, mas, na Alemanha, aprendi a marcar", diz o atleta, elogiado pelos colegas.
"O Zé tem uma função importante. Muitas vezes não é o protagonista, mas sabemos o equilíbrio que ele dá", afirma Ronaldo, que marcou um gol na estréia em jogada iniciada pelo companheiro.
Os números do Datafolha atestam que a seleção teve um desempenho equilibrado anteontem.
O time acertou 90% dos passes. Nenhum clube que disputa o Brasileiro-03, por exemplo, tem tal precisão. No ataque, criou bastante (17 finalizações) e com alto índice de acerto (47%). Na defesa, marcou sem apelar (sete faltas).
"A grande virtude do time foi a simplicidade. Não inventamos nada, tivemos quatro na defesa e quatro no meio, como se costuma jogar no Brasil", disse Parreira.


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