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São Paulo, terça-feira, 09 de setembro de 2003

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Belgas impõem domínio inédito para não-americanas no ranking

Shaun Best - 6.set.03/Reuters
Justine Henin-Hardenne (esq.) e Kim Clijsters se cumprimentam após a final do Aberto dos EUA


DA REPORTAGEM LOCAL

Dois dias depois de decidirem pela segunda vez no ano um Grand Slam, as belgas Kim Clijsters e Justine Henin-Hardenne tiveram oficializado ontem outro feito: tornaram a Bélgica o primeiro país que não os EUA a ter ao mesmo tempo a líder e a vice-líder do ranking mundial.
A última vez que americanas estiveram alijadas das duas primeiras posições fora em 1997, quando a suíça Martina Hingis era a líder, e a tcheca Jana Novotna, a vice.
Ao ganhar o Aberto dos EUA, no sábado, Henin-Hardenne pôde superar a americana Serena Williams na lista da WTA que considera os 17 melhores resultados nas 52 semanas anteriores.
Serena havia perdido a liderança para Clijsters em 11 de agosto, dias após sofrer uma cirurgia no joelho esquerdo -ela mantinha a ponta desde 8 de julho de 2002.
Antes de Clijsters, a última não-americana a ocupar o posto havia sido Hingis, que liderou por 73 semanas até outubro de 2001. Depois disso, Jennifer Capriati, Lindsay Davenport e as irmãs Wil-liams se alternaram no topo.
Desde a criação do ranking da WTA (entidade que controla o circuito feminino), em novembro de 1975, apenas 12 tenistas chegaram à primeira colocação, metade dos EUA (sete com a tcheca naturalizada Martina Navratilova).
No máximo um país havia conseguido colocar uma tenista na liderança e outra em terceiro. Em 1984, por exemplo, Hana Mandlikova chegou ao terceiro posto quando Navratilova era a líder.
A lista com Clijsters, 20, e Henin-Hardenne, 21, nas duas primeiras posições coroa uma ascensão vertiginosa. As duas apareceram no ranking em 1998, chegaram ao "top 100" no ano seguinte, ao "top 50" em 2000 e ao grupo das dez primeiras em 2001.
Nesse ano, Clijsters se tornou a primeira belga em uma final de Grand Slam, em Roland Garros -perdeu para Capriati. Em Wimbledon, Henin-Hardenne foi vice após derrota para Venus.
No ano passado e no início de 2003, elas foram ofuscadas pelo domínio das Williams, que decidiram quatro Grand Slams consecutivos, de Roland Garros até o Aberto da Austrália. Mas se recuperaram na França, em junho.
Primeiro, Henin-Hardenne pôs fim, nas semifinais, a uma invencibilidade de 33 jogos de Serena nos quatro principais torneios do mundo. Depois, derrotou Clijsters na primeira final toda belga na história do Grand Slam, após 11 títulos seguidos de americanas.
A ascensão, por outro lado, também é explicada pelas ausências de Serena e Venus do circuito, por contusão ou decisão própria: elas disputaram apenas dez e oito torneios, respectivamente, nas últimas 52 semanas. Clijsters e Henin-Hardenne estiveram em quadra em 22 e 19 competições.


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