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nanicos
Apenas 23 dos quase 20 mil candidatos destas eleições se colocaram na categoria de atleta profissional e técnico em desportos
LUCAS REIS
MARTÍN FERNANDEZ
DE SÃO PAULO
Há mais artesãos do que
atletas candidatos nas eleições de 3 de outubro. Há também mais fotógrafos, farmacêuticos e agrônomos. A categoria "atleta profissional e
técnico em desportos" é apenas a 83ª em quantidade de
candidatos aptos a serem votados no próximo pleito.
São somente 23, dentro de
um universo de 19.879 candidatos. Ou seja: o número de
esportistas, segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE),
não passa de 0,1% do total.
Todos esses 23 são candidatos a deputado -estadual,
distrital ou federal. Não há
atletas entre os candidatos a
senador e governador nem
entre vices e suplentes.
O número até cresceu em
relação às eleições de 2006,
quando apenas 17 atletas ou
técnicos foram candidatos.
Mas, com a proximidade da
Copa do Mundo de 2014 e da
Olimpíada de 2016, era de se
esperar que mais gente do ramo tentasse a política.
"Esse dado é surpreendente", afirmou o sociólogo
Maurício Murad, da Uerj
(Universidade Estadual do
Rio de Janeiro) e da Universo.
"Fala-se muito que há interferência da política no futebol, no esporte, mas isso prova que não é bem assim."
Segundo Murad, apenas o
sucesso como atleta ou treinador não garante uma votação suficiente para eleger um
candidato. "Basta dizer que o
Bebeto [candidato a deputado estadual] não está bem
nas pesquisas aqui no Rio.
Parece que política e esporte
são níveis diferentes mesmo", disse o sociólogo.
Para Rui Tavares Maluf,
doutor em ciência política
pela USP, "a base de dados
do TSE é falha" no quesito
ocupação. O que explica o fato de alguns ex-atletas, como
Romário, identificarem-se
com outra profissão. Empresário, no caso dele.
O partido mais comum entre os atletas é o PTB, com
quatro candidatos, um em
cada Estado diferente.
São Paulo é o Estado onde
há mais esportistas candidatos, com seis. Em seguida
aparece o Rio, com cinco.
Entre os 23, há dois atletas
em atividade: a maratonista
Maria Zeferina Baldaia e Harlei, goleiro do Goiás. Ambos
candidatos a deputado estadual pelo PSDB; ela em São
Paulo, ele em Goiás.
A ex-nadadora Rebeca
Gusmão, banida da natação
por uso de doping há menos
de um ano, tenta ser deputada distrital pelo PC do B.
"Tenho saudade das piscinas, mas não abandonei o esporte. Continuo competindo
no levantamento de peso",
declarou Rebeca.
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