São Paulo, quarta-feira, 09 de outubro de 2002

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FUTEBOL

Clubes apostaram em técnicos de ponta e tentam fugir do rebaixamento

Palmeiras encara o Goiás e vê seu espelho na crise

EDUARDO ARRUDA
DA REPORTAGEM LOCAL

A semelhança entre Palmeiras e Goiás, que se enfrentam hoje, às 20h30, pelo Brasileiro, vai muito além do fato de serem alviverdes.
Aliás, graças à edição 2002 do Nacional, goianos e paulistas jamais ficaram tão próximos. Por isso, não seria exagero chamá-los de "co-irmãos".
A começar pela coincidência histórica. Coincidência? Não exatamente. Fundado em 6 de abril de 1943 pelos irmãos paulistas Carlos e Lino Barsi, de origem italiana, o Goiás Esporte Clube quase foi chamado de Palestra Itália, o nome de fundação do Palmeiras.
Não só pelas cores iguais, pela origem parecida e pelo fato de jogarem no esquema 3-5-2, os dois times também se assemelham pela pífia campanha no Brasileiro.
Palmeirenses e goianos vão se enfrentar ainda mergulhados em uma crise que parece sem fim no torneio. Os paulistas estão em 23º lugar, com 15 pontos em 16 jogos. Os adversários, com um jogo a menos, têm 14 pontos e ocupam a 25ª posição na tabela.
Para deixar o atoleiro, os dois clubes apostaram suas fichas em treinadores de ponta do país após tentativas frustradas com profissionais de pouca expressão.
O Goiás trocou Edinho por Nelsinho Baptista, que comandou o São Paulo no primeiro semestre.
Os palmeirenses deixaram de lado a inexperiência de Murtosa, que pediu demissão após três derrotas seguidas, e chamaram Levir Culpi, que chegou ao clube falando em dirigir a seleção brasileira.
Os dois treinadores, por seus lados, apostaram na psicologia para motivar seus comandados. Enquanto os palmeirenses "ocuparam o divã" de Jacob Pinheiro Goldberg, os goianos têm acompanhado palestras de Suzy Fleury, psicóloga que já esteve na seleção.
Os nomes de peso no banco de reservas e a ajuda da psicologia, porém, não foram capazes de fazer as equipes decolarem.
Com campanhas quase idênticas e pressionados pelos torcedores, Culpi e Baptista ainda não deram o braço a torcer. Mesmo na zona de rebaixamento, continuam apostando na classificação à próxima etapa do Nacional.
"Eu trabalho em cima da realidade, não da utopia. Seria um feito marcante [a classificação]", diz o palmeirense, ressaltando que o time precisa vencer fora de casa.
Essa, por sinal, é mais uma semelhança negativa entre eles.
Nem Palmeiras nem Goiás conseguiram ganhar fora do Parque Antarctica ou do Serra Dourada, respectivamente, o que confere, teoricamente, uma vantagem à equipe de Nelsinho Baptista hoje.



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