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São Paulo, quinta-feira, 09 de outubro de 2003

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Contra os críticos, Belletti já é recordista na seleção


Nos últimos dois anos, reserva do capitão Cafu na lateral direita é o atleta mais assíduo nas convocações da equipe nacional e registra aproveitamento de 100% na gestão de Parreira


PAULO COBOS
ENVIADO ESPECIAL A LEICESTER

Dida, a fortaleza do gol. O "fenômeno" Ronaldo. O capitão Cafu. O incansável Roberto Carlos. Os astros Rivaldo e Ronaldinho. Se você responder um desses nomes quando questionado sobre qual jogador mais vezes frequentou a lista de convocados para a seleção brasileira nos últimos dois anos, vai errar feio.
O preferido, tanto na gestão de Luiz Felipe Scolari como na de Carlos Alberto Parreira, é o lateral-direito Belletti, 27, que hoje defende o Villarreal (Espanha).
Das 19 convocações feitas pelos dois técnicos a partir de 2001, Belletti esteve presente em nada menos do que 18. Com Scolari, ele só faltou uma vez e dividiu com o goleiro Marcos o topo da preferência do treinador gaúcho.
Ele integrou o grupo de jogadores que se sagraram pentacampeões mundiais, apesar de ter não atuado muito. Jogou pouco mais de cinco minutos na semifinal contra a Turquia (1 a 0) -e só.
Agora, sob a direção de Parreira, a história se repete. Belletti divide com o goleiro Dida a liderança nas listas do técnico -esteve presente em todas até agora e também jogou mais.
Surpreso com seu recorde, Belletti, que atuou mais vezes como titular na seleção em 2003 do que Cafu, dono da posição desde meados da década passada, vê a situação como um alívio para as críticas que recebe. "Se eu não tivesse qualidades, não teria sido chamado tantas vezes. Chegar à seleção é difícil, mas permanecer nela por muito tempo é mais complicado."
"Quando chamado, ele correspondeu", diz Parreira, que, no entanto, aponta outra razão para a onipresença de Belletti na seleção.
"Em outras posições, como na zaga, você chama quatro jogadores e ainda sobram outros quatro. Já na lateral direita as opções são poucas", afirma o treinador, apontando o cruzeirense Maurinho como o único concorrente de Belletti na atualidade para a suplência do veterano Cafu.
Parreira deu outras demonstrações de prestígio para o jogador, que já foi até motivo de piada no programa "Casseta & Planeta".
Na estréia do Brasil nas eliminatórias, Belletti não foi um dos quatro atletas do grupo de 22 que não ficaram nem no banco de reservas contra Colômbia e Equador.
Foi só na atual posição que o ex-jogador do São Paulo apareceu na seleção brasileira. Antes, como volante (posição em que atuou até a temporada 2000), nunca havia sido lembrado.
"Mudar de posição foi um desafio que deu resultado", fala Belletti, que diz estar passando agora por uma nova mudança na Espanhol. "No Villarreal, jogo no ataque, como um ponta. Estou apanhando muito", diz ele, alvo de frequentes críticas em sua carreira devido ao futebol considerado limitado, para explicar o susto que deu ontem na comissão técnica.
No grupo que enfrenta a Jamaica em amistoso no domingo, em Leicester (às 11h de Brasília), Belletti correu risco de corte por ter levado uma pancada no tornozelo em jogo do Espanhol no sábado. Mas ontem, na Inglaterra, foi examinado e afastou o risco de desligamento. "Pela seleção vale qualquer sacrifício", disse.


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