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VENEZUELA X BRASIL
Treinador com maior número de igualdades com a seleção, Parreira tenta segunda vitória
como visitante nas eliminatórias contra Venezuela, equipe que mais evoluiu no continente
Freguês histórico prova vocação do rei do empate
PAULO COBOS
ENVIADO ESPECIAL A MARACAIBO
O histórico contra o rival diz
que não. Já o currículo de Carlos
Alberto Parreira diz que sim.
Com o treinador que mais contribuiu na sua história para os
quase sempre insossos empates, a
seleção brasileira enfrenta hoje a
Venezuela, às 22h, pelas eliminatórias da Copa de 2006, sem a certeza absoluta da vitória diante de
seu maior saco de pancadas -foram 13 vitórias em 13 confrontos.
Contra a ascendente Venezuela,
em sexto lugar na tabela, com dez
pontos, um empate em Maracaibo não seria tratado como tragédia. E seria apenas mais um para a
longa coleção de Parreira.
Contabilizando suas três passagens pela seleção, ele acumula 32
empates. Ninguém em termos absolutos o supera e, em termos
proporcionais, Parreira bate todos aqueles que comandaram o
time por mais de 20 partidas.
Sob seu comando, o Brasil empatou 36% dos jogos. Sem ele, esse índice cai para pouco mais de
20%. E a situação está pior agora,
quando conta com uma verdadeira constelação de craques.
Em 2004, a seleção empatou sete
de seus 16 jogos, ou 44% do total.
Nas eliminatórias sul-americanas
já são quatro igualdades em oito
partidas -no suado qualificatório para 2002, foram só três.
Comparado com o de outros
nomes famosos da prancheta, o
show de empates da seleção com
Parreira fica mais evidente. Luiz
Felipe Scolari, por exemplo, viu
seus comandados empatarem
uma só vez, ou 4% de seu cartel.
Até Zagallo, que tem a mesma fama de retranqueiro que seu atual
parceiro, empatou em ritmo muito menor -ganhou um ponto
em 19% das partidas em que foi o
treinador do time nacional.
Tantos placares desse tipo fazem com que o Brasil, apesar de
invicto, não dispare na tabela. O
time tem 16 pontos, apenas um a
mais do que a Argentina antes do
início da rodada final do primeiro
turno das eliminatórias. Os quatro primeiros garantem lugar no
Mundial da Alemanha, e o quinto
disputa uma repescagem contra
um país da Oceania.
Em Maracaibo, a seleção fala em
ganhar, mas exalta a boa fase do
rival, que chegou a vencer o Uruguai por 3 a 0 em Montevidéu.
"Nós temos o favoritismo e quase a obrigação de ganhar, mas é
verdade que a Venezuela melhorou muito", analisa Parreira, que
voltou a apontar a falta de tempo
para treinamentos como motivo
de sua equipe não deslanchar, somando mais vitórias e diminuindo o número de empates. "A gente sempre respeita os rivais. Não
será diferente contra a Venezuela", diz Cafu, que volta ao posto de
titular e de capitão após a punição
dele e dos demais jogadores do
Milan e do Bayern de Munique.
O Brasil segue sua participação
no classificatório para o Mundial
já na próxima quarta-feira, quando vai receber em Maceió a Colômbia, único time que superou
até agora na condição de visitante.
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