São Paulo, sábado, 09 de outubro de 2004

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VENEZUELA X BRASIL

Treinador com maior número de igualdades com a seleção, Parreira tenta segunda vitória como visitante nas eliminatórias contra Venezuela, equipe que mais evoluiu no continente

Freguês histórico prova vocação do rei do empate

PAULO COBOS
ENVIADO ESPECIAL A MARACAIBO

O histórico contra o rival diz que não. Já o currículo de Carlos Alberto Parreira diz que sim.
Com o treinador que mais contribuiu na sua história para os quase sempre insossos empates, a seleção brasileira enfrenta hoje a Venezuela, às 22h, pelas eliminatórias da Copa de 2006, sem a certeza absoluta da vitória diante de seu maior saco de pancadas -foram 13 vitórias em 13 confrontos.
Contra a ascendente Venezuela, em sexto lugar na tabela, com dez pontos, um empate em Maracaibo não seria tratado como tragédia. E seria apenas mais um para a longa coleção de Parreira.
Contabilizando suas três passagens pela seleção, ele acumula 32 empates. Ninguém em termos absolutos o supera e, em termos proporcionais, Parreira bate todos aqueles que comandaram o time por mais de 20 partidas.
Sob seu comando, o Brasil empatou 36% dos jogos. Sem ele, esse índice cai para pouco mais de 20%. E a situação está pior agora, quando conta com uma verdadeira constelação de craques.
Em 2004, a seleção empatou sete de seus 16 jogos, ou 44% do total. Nas eliminatórias sul-americanas já são quatro igualdades em oito partidas -no suado qualificatório para 2002, foram só três.
Comparado com o de outros nomes famosos da prancheta, o show de empates da seleção com Parreira fica mais evidente. Luiz Felipe Scolari, por exemplo, viu seus comandados empatarem uma só vez, ou 4% de seu cartel. Até Zagallo, que tem a mesma fama de retranqueiro que seu atual parceiro, empatou em ritmo muito menor -ganhou um ponto em 19% das partidas em que foi o treinador do time nacional.
Tantos placares desse tipo fazem com que o Brasil, apesar de invicto, não dispare na tabela. O time tem 16 pontos, apenas um a mais do que a Argentina antes do início da rodada final do primeiro turno das eliminatórias. Os quatro primeiros garantem lugar no Mundial da Alemanha, e o quinto disputa uma repescagem contra um país da Oceania.
Em Maracaibo, a seleção fala em ganhar, mas exalta a boa fase do rival, que chegou a vencer o Uruguai por 3 a 0 em Montevidéu.
"Nós temos o favoritismo e quase a obrigação de ganhar, mas é verdade que a Venezuela melhorou muito", analisa Parreira, que voltou a apontar a falta de tempo para treinamentos como motivo de sua equipe não deslanchar, somando mais vitórias e diminuindo o número de empates. "A gente sempre respeita os rivais. Não será diferente contra a Venezuela", diz Cafu, que volta ao posto de titular e de capitão após a punição dele e dos demais jogadores do Milan e do Bayern de Munique.
O Brasil segue sua participação no classificatório para o Mundial já na próxima quarta-feira, quando vai receber em Maceió a Colômbia, único time que superou até agora na condição de visitante.


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