DO ENVIADO A MARACAIBO

Minutos, meses e jogos. Em todos esses pontos o estelar trio de atacantes da seleção brasileira está no vermelho.
De forma individual e coletiva Ronaldo, Kaká e Ronaldinho estão em débito com a seleção brasileira -e o primeiro também no seu clube atualmente.
O tabu de sete jogos sem marcar de seu principal atacante (se passar em branco contra a Venezuela iguala seu recorde negativo) apimenta o que já não é bonito.
O trio dos sonhos não funcionou ainda com a camisa amarela, tanto que o técnico Carlos Alberto Parreira reclamou muito dele anteontem, no coletivo realizado na Granja Comary, em Teresópolis.
Com os três juntos, a seleção brasileira jogou até hoje 273 minutos, sem que nenhum gol fosse marcado nessas quase cinco horas de bola em jogo.
Foram cinco partidas, em que o Brasil empatou com os três desde o início ou não conseguiu balançar as redes depois que um deles entrou em campo e reuniu o trio.
E faz tempo que eles não conseguem treinar e jogar juntos. Por capricho da CBF, que o puniu por não ir ao "jogo festa" contra o Haiti, Kaká não joga com Ronaldo, recuperado de uma contusão na coxa direita, e Ronaldinho há quase cinco meses -o último compromisso do trio foi em maio, num amistoso contra a França.
"Quando bons jogadores estão em campo eles encontram uma maneira de se entrosar, mas claro que se os três tivessem mais tempo juntos ajudaria", diz Parreira, que não espera problemas no meio-campo, onde Renato entra na vaga do machucado Edmílson.
"Com ele ganhamos qualidade técnica, mas temos que tomar cuidado porque temos três jogadores no meio [Renato, Juninho Pernambucano e Zé Roberto] que não têm a marcação como principal ponto forte."
Entre os jogadores, a esperança é que a Venezuela se entusiasme, vá ao ataque e deixe espaço para os contragolpes do Brasil.
"Eles vão atacar, e isso vai facilitar nossa vida", prevê Zé Roberto, outro que volta à equipe após "cumprir suspensão" por não viajar para o Haiti. (PC)