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AÇÃO
(Só) pros manos?
CARLOS SARLI
O surfe está entre os esportes
que mais deu filhotes. Na água
salgada ou doce, no ar, na neve,
na areia ou no asfalto, milhões
de praticantes de esportes de
prancha se espalham pelo mundo. O primogênito é o skate.
Facilitado por ser o menos dependente das interferências climáticas, ter custo acessível e poder ser praticado em qualquer
lugar que ofereça alguns metros
quadrados de superfície lisa, o
skate está entre os que atrai o
maior número de praticantes.
Num país eminentemente urbano como o nosso, o esporte
tem enorme potencial. Acrescente um elemento decisivo, ídolos,
e o skate deveria estar, próximo
de bundas, futebol e cerveja, entre as preferências nacionais.
Lincoln Ueda, Rodil "Ferrugem" de Araújo, Bob Burnquist
são alguns dos Gugas do skate.
Estão entre os melhores do mundo, têm produtos comercializados com suas grifes nos EUA e
Europa, e chegam a fazer mais
sucesso lá que cá. Apesar de tantos fatores favoráveis e quase
três décadas de história no país,
o skate continua no gueto.
Poucos sabem, mas começa
hoje, no ginásio do Ibirapuera, a
última etapa do Circuito Mundial de skate. Patrocinado e
apoiado exclusivamente por
empresas do setor, o evento depende de pessoas do meio para
vingar.
Em sua segunda edição, são
esperados mais estrangeiros que
no ano passado. A prova valerá
como seletiva para os X-Games,
mas dificilmente interferirá nas
primeiras colocações dos rankings da WCS. Na categoria
street, o virtual campeão é Pat
Channita, que, caso Rick
McCrank venha, precisa só competir no Brasil para garantir o título; na vertical, o líder Andy
Macdonald e o vice-líder Bucky
Lasek não devem vir, deixando
o primeiro como campeão.
O skate é um grande esporte e
pode também ser um grande
mercado. Mas enquanto for trabalhado amadoristicamente, irá
continuar exportando talentos
que só os manos conhecem.
NOTAS
Eco-Challenge
As primeiras colocadas entre
as 52 equipes mistas já completaram a prova, em disputa na
Patagônia (Argentina). Entre
estresse físico e psicológico,
uma história de amor. Ian
Adamson, único homem, pediu via e-mail sua namorada
Carly, nos EUA, em casamento. Aceita a proposta, Ian só
soube da resposta na linha de
chegada. Foi o quarto.
WQS
Em ondas de até cinco metros, em Sunset (Havaí), os brasileiros estão bem na última
etapa do ranking de acesso. Yuri Sodré precisava passar uma
bateria para garantir a vaga no
WCT. Teco Padaratz, já fora da
prova, só perderia o título do
circuito, o inédito bicampeonato, caso Peterson Rosa chegasse à semifinal, ou Fábio
Gouveia, que já eliminou Kelly
Slater e Mark Occhilupo do
campeonato, ficasse entre os
dois primeiros. De qualquer
forma, o título do WQS será
mais uma vez do Brasil.
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