da Reportagem Local

Além de derrotar o Vitória, o Atlético-MG venceu ontem em Salvador o trauma de semifinal de Campeonato Brasileiro. Com o resultado de ontem, a equipe mineira chegou à final do principal torneio nacional pela primeira vez desde 1980 -nesse período, fracassou em sete oportunidades na fase semifinal da competição.
Nas finais, porém, os atleticanos terão que superar outro trauma: o Corinthians. O rival paulista foi o responsável pela eliminação do Atlético-MG na última grande campanha do time em Brasileiros.
Em 1994, os corintianos brecaram os atleticanos nas semifinais. Quatro anos antes, o Corinthians já havia eliminado o Atlético-MG nas quartas-de-final do torneio.
Mesmo atuando fora de casa, a equipe mineira se impôs diante do jovem time do Vitória, que levou dois gols antes dos 20min do primeiro tempo e não teve forças para reagir na partida.
A torcida baiana -quase 50 mil pessoas estiveram ontem no Barradão- manteve-se quieta durante quase todo o jogo, cobrando do técnico Toninho Cerezo a presença de Artur no time e pedindo mais raça a seus jogadores.
A defesa do Atlético-MG ficou bem postada durante toda a partida, impedindo as rápidas trocas de passes do ataque baiano. O bloqueio defensivo montado pelo técnico Humberto Ramos tornava inútil qualquer tentativa do Vitória, que, sem opção, buscava só chutes de longa distância ou lançamentos à área sem perigo.
No segundo tempo, Cerezo colocou Artur no time. Mesmo atendendo a torcida, a situação não melhorou para o técnico.
O Atlético-MG continuou dominando o jogo, e a torcida baiana passou a vaiar sua equipe poucos minutos depois da troca.
O atacante Tuta, que vinha sendo o grande destaque do Vitória no Brasileiro, teve atuação apagada. No segundo tempo, o jogador resolveu trocar as chuteiras de trava (indicação de Cerezo) que estariam atrapalhando seu desempenho -no primeiro tempo, Tuta jogou com chuteiras de borracha e também pouco produziu.
Durante parte do segundo tempo, a chuva também foi inimiga do Vitória. No final, o Atlético-MG trocou passes com inteligência, e Guilherme fechou o placar com seu segundo gol no jogo.

Clima
O jogo ontem à noite em Salvador alterou a rotina na capital baiana. Apesar do feriado (dedicado à padroeira da Bahia, Nossa Senhora da Conceição), desde as 18h as principais ruas e avenidas que dão acesso ao Barradão ficaram congestionadas.
Os portões do estádio foram abertos às 18h30. Cerca de 1.300 policiais foram mobilizados pela Secretaria de Segurança Pública da Bahia para controlar o trânsito e dar segurança aos torcedores.
Assim como aconteceu no último domingo, 200 policiais militares do Batalhão de Choque fizeram um cordão de isolamento entre as torcidas dos dois times.
Ao contrário do que acontece normalmente no futebol, o juiz paulista Oscar Roberto Godoi foi aplaudido pelas torcidas ao entrar em campo. Antes do jogo, o técnico do Atlético-MG, Humberto Ramos, disse que tinha ficado satisfeito com a indicação de Godoi.
"Ele (Godoi) é atualmente o melhor juiz em atividade no Brasil. Sua indicação em partidas decisivas é a garantia de um bom jogo."
Não foi só o técnico mineiro que ficou satisfeito com a indicação de Godoi para o jogo. "Finalmente a CBF conseguiu indicar um juiz que tem uma boa aceitação entre todos os clubes", disse o presidente do Vitória, Paulo Carneiro.