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Coritiba se declara "vítima" e culpa a torcida organizada
Clube, que já teve o estádio Couto Pereira interditado, promete recorrer de qualquer punição imposta pelo STJD
Em entrevista cercada por segurança, presidente diz que foi alvo de ameaças de torcedores na semana que antecedeu o rebaixamento
DIMITRI DO VALLE
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA
Fora da capital por questões
de segurança, a direção do Coritiba fez ontem sua primeira
manifestação oficial após os tumultos de domingo e se eximiu
de culpa em relação aos confrontos causados por torcedores no estádio Couto Pereira.
O clube se diz "vítima" de
uma torcida organizada e promete recorrer contra qualquer
punição que seja imposta pelo
STJD (Superior Tribunal de
Justiça Desportiva) -anteontem, o estádio foi interditado.
Enfurecidos com o rebaixamento do time após o 1 a 1 com
o Fluminense, torcedores invadiram o campo, agrediram policiais e depredaram instalações.
O presidente do Coritiba,
Jair Cirino dos Santos, candidato à reeleição em disputa
marcada para a próxima segunda-feira, afirmou que o clube
não pode ser responsabilizado
"pelas atitudes de baderneiros
travestidos de torcedores".
Pelo menos 18 pessoas foram
feridas no confronto, e quatro
continuam internadas. O caso
mais grave é de Anderson de
Moura, 19, que foi ferido na cabeça e corre risco de morte.
Cirino afirmou ter recebido
ameaças de membros da organizada Império Alviverde na
semana que antecedeu o jogo.
"A caixa postal do meu celular serve como prova. Está
cheia de ameaças gravadas e
por escrito de integrantes da
torcida", disse o dirigente.
A Secretaria de Segurança
Pública informou que o número de policiais (cerca de 700)
era três vezes superior ao efetivo de partidas anteriores.
Para Cirino, a interdição do
Couto Pereira pode ser derrubada ou "minimizada" pela defesa que o clube está preparando. O prazo para apresentar a
contestação vai até amanhã.
O presidente da Império Alviverde, Luiz Fernando Corrêa,
defende-se dizendo que "a Império tem mais de 10 mil integrantes, mas 200 invadiram o
campo". "Quer dizer agora que
toda a torcida é culpada?"
O pronunciamento de ontem
foi cercada de cuidados com a
segurança e só foi anunciado
meia hora antes de acontecer.
Segundo a direção, a estratégia
era evitar que a notícia chegasse aos integrantes da torcida.
O local da entrevista, uma
chácara no município de Quatro Barras, a 20 km do estádio
Couto Pereira, também ajudou.
Pela entrada do local, em
uma área rural guardada por
seis policias militares e outros
seguranças, passavam somente
profissionais credenciados.
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