São Paulo, quarta-feira, 10 de janeiro de 2007

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TOSTÃO

Novos times, mesmo futebol


A maior parte dos times será formada nos Estaduais, mas São Paulo e Inter se destacam, enquanto o Paraná preocupa


COM EXCEÇÃO de Inter e São Paulo, que têm uma boa base pronta há vários anos, e muito por isso são as duas melhores equipes do Brasil, os outros times brasileiros vão ser formados durante o Estadual por causa da saída e da chegada de vários jogadores.
Quase todas as equipes deverão ter, mais ou menos, a mesma qualidade do ano passado. Não é fácil também formar um bom conjunto, principalmente quando são contratados vários jogadores com características parecidas e para a mesma função.
Das equipes que vão disputar a Libertadores, a do Inter parece a mais segura, pois deve manter os campeões do mundo e terá ainda um excepcional reforço no ataque, o jovem Alexandre Pato. Pato tem grandes chances de brilhar neste ano e se tornar, em um breve futuro, um grande sucesso mundial e da seleção brasileira. Os afoitos não deveriam dizer que ele já é um craque, pois é muito cedo. Já os mais prudentes não devem também querer compará-lo com outras grandes promessas que não deram certo. Pato é especial.
Além das perdas do zagueiro Fabão e do meia Danilo, que farão falta, principalmente nas jogadas aéreas, o São Paulo não tem um bom substituto para o volante Mineiro. Souza deve ser melhor opção, mas fará falta na meia direita. Josué poderá também se sentir só, amputado, com a ausência do grande parceiro dos últimos anos.
Eu esperava que o Santos, pressionado por Luxemburgo, que nunca ganhou a Libertadores, contratasse vários excelentes jogadores. Os santistas não agüentam mais jogador do Iraty. Segundo a Folha, foram sete contratados no ano passado. É inadmissível que o Santos e o goleiro Fábio Costa, titular e em atividade, briguem na Justiça. Ou isso faz parte do atual profissionalismo, que serve para explicar tudo?
O Grêmio perdeu o bom meia Hugo para o São Paulo, mas terá o reforço de Tuta. Ele é um centroavante lento, irregular, porém, pelas suas características, pode se dar muito bem no time gaúcho, que utiliza bastante as jogadas aéreas, além de atuar com uma linha de três meias ofensivos e um atacante mais fixo pelo meio.
Como quase todas as outras equipes brasileiras, o Flamengo contratou alguns bons reforços e muitos jogadores apenas razoáveis, sem necessidade. É pouco para sonhar com o título da Libertadores. Já o Paraná, outro representante do Brasil na Libertadores deste ano, perdeu o técnico e quase todos os principais jogadores. Será outro time com boas chances de fazer uma má campanha até no Estadual. Ou será que vão aparecer novos e bons atletas, como aconteceu no último Campeonato Brasileiro?
Dos outros times que não vão disputar a Libertadores, Cruzeiro e Fluminense são os que mais contrataram bons jogadores. Nenhum craque. Está na hora de Paulo César Gusmão fazer menos marketing e mostrar que é um excelente treinador. Carlos Alberto, a provável e mais badalada contratação, não é um craque. É apenas um bom meia, habilidoso, com alguns momentos brilhantes. Pior, é que ele se acha melhor do que é.
Talvez a melhor contratação dos clubes brasileiros, no sentido de benefícios para o time, seja a do atacante Dodô pelo Botafogo. Dodô já brilhou no Fogão. Ele é o artilheiro de gols bonitos. Isso embeleza o futebol. Dodô também não é um craque. Para ser um craque, um jogador precisa, no mínimo, brilhar intensamente, ser um dos destaques durante anos de uma grande equipe e/ou de uma forte seleção.

tostao.folha@uol.com.br


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