São Paulo, quarta-feira, 10 de janeiro de 2007

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RÉGIS ANDAKU

Tem quem quer


Enquanto uma boa parte dos tenistas começa a temporada em marcha lenta, alguns jovens tenistas saem a mil


A CADA ANO , a mesma pergunta: "Como está a motivação daquele sujeito?". Lembra como era comum o "será que Sampras vai se animar a encarar mais um ano cheio?"? E, ano após ano, lá estava Sampras, colocando o tênis em primeiro lugar, faturando títulos, dólares, o topo. Mais recentemente, a dúvida é a motivação de Guga. "Ele agüenta outro ano? Terá forças para voltar? Vai parar? Terá paciência para jogar challenger?" Apenas a temporada em si para dar respostas a perguntas tão intrigantes. Por ora, vale a pena olhar o que alguns jovens aprontaram nesta primeira semana.
Em Adelaide, o sérvio Novak Djokovic, 19, faturou o título. De quebra, subiu para o 14º lugar do ranking, a melhor classificação em sua breve e vitoriosa carreira. O sérvio tem como ídolo Sampras, justamente aquele que não cansava de, ano após ano, mostrar ânimo e encarar temporadas difíceis e trabalhosas. Andy Murray, 19, também chegou à final nesta primeira semana.
Parou só em Ivan Ljubicic em Doha. Antes instável e temperamental, o agora estável e temperamental Murray já afirmou que este é seu ano -e que a motivação por trabalhar com Brad Gilbert será um diferencial. Também foi marcante a presença do argentino Juan Martin del Potro, 18, nas semifinais em Adelaide. Potro cansou de jogar por aqui -e perder para Thiago Alves, André Sá, André Ghem e Marcos Daniel, por exemplo. Mas, agora que teve sua oportunidade, não bobeou. Em pouco tempo, Potro saiu das rodadas iniciais dos challengers sul-americanos para as finais de um ATP Tour.
Continuam nas rodadas iniciais dos challengers sul-americanos seus conhecidos Flávio Saretta, Ricardo Mello, André Ghem, André Sá. Saretta e Mello já haviam sido campeões do Aberto de São Paulo, torneio que abre a temporada dos challengers, mas neste ano, com muita chuva e pouca empolgação, não passaram da estréia. Nesse nosso mundo, à parte do circuito dos grandes torneios, fica o registro positivo apenas para Ricardo Hocevar e Rogério Dutra Silva.
Gaúcho, sobrinho de Marcos Hocevar, um dos melhores da história do tênis nacional, guerreiro, usou uma camiseta com um singelo "sua marca pode estar aqui" para tentar patrocínio. Como discurso só não basta, mostrou serviço, ganhou dois bons jogos em São Paulo e subiu 37 posições no ranking -hoje é o 339º. Silva chegou à sua primeira semifinal de challenger. Não foi páreo para Guillermo Cañas, mas subiu 54 posições, para 210º, com sua boa campanha na semana. Agora atravessa o mundo para disputar o qualifying do Aberto da Austrália.
Djokovic, Murray, Potro, Hocevar e Silva, cada um em seu nível, mostraram que estão com vontade. Hoje, nesse circuito tão disputado, se alguém não quer, não tem problema: tem quem quer.

EM SÃO PAULO
O argentino Guillermo Cañas ficou com o título do Aberto de São Paulo. No domingo, ganhou de Rogério Dutra Silva nas semifinais e do compatriota Diego Hartfield na decisão, ambos os jogos com relativa facilidade, em dois sets. Cañas sobrou durante toda a semana.

AINDA EM SÃO PAULO
O challenger paulistano, que tinha tudo para ser um bom início, foi um fiasco para os brasileiros. Saretta, Mello, Sá, Ghem e Nicolas Santos caíram na estréia. Julio Silva e Franco Ferreiro na segunda rodada. O melhor brasileiro no ranking é Thiago Alves, apenas o 127º.

PELA FAMÍLIA
Patrick Rafter recusou convite de Lleyton Hewitt para voltar ao circuito, agora como treinador. Diz que não pode deixar a família.

reandaku@uol.com.br


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