|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
EUA são rivais do Rio por Jogos de 2016
Los Angeles e Chicago integram seleção diferente da que levou a cidade brasileira ao grupo de pleiteantes à Olimpíada
Projetos norte-americanos
passaram por contenda
interna e prometem bancar
estrutura olímpica só com
recurso da iniciativa privada
DA REPORTAGEM LOCAL
O Rio de Janeiro ganhou novo e importante rival na disputa pela Olimpíada de 2016.
Ontem, Comitê Olímpico dos
EUA (Usoc, na sigla em inglês)
encerrou uma pesquisa de 18
meses e informou que o país vai
eleger uma cidade para entrar
na contenda dos Jogos.
Los Angeles e Chicago são as
escolhidas. A definição da preferida pelos norte-americanos
será feita em abril.
O processo de seleção evidenciou diferenças pontuais
em relação ao adversário brasileiro. Houve, em primeiro lugar, concorrência interna acirrada. Originalmente, cinco cidades queriam abrigar a Olimpíada. Mais: as duas finalistas
prometem bancar seus projetos sem verba pública.
O Rio foi anunciada como
pleiteante no ano passado. Não
houve promoção de concorrência no país. O Comitê Olímpico
Brasileiro homologou a candidatura carioca com base em decisão de seu Conselho Executivo e na análise de uma consultoria internacional.
No total, anunciou que os Jogos custariam R$ 5 bilhões.
Quando ganhou o direito de
receber o Pan-Americano de
2007, o mesmo Rio avisou que
o evento seria viabilizado com
pouco mais de R$ 500 milhões.
A conta, contudo, já ultrapassa os R$ 3,5 bilhões. E o dinheiro público, via governos federal, estadual e municipal, sustenta todo o orçamento.
Madri (Espanha), Tóquio
(Japão), Nova Déli (Índia), Praga (República Checa) e Roma
(Itália) também manifestaram
desejo de receber a competição
em 2016. O anúncio do Comitê
Olímpico Internacional sobre a
cidade que vai receber a Olimpíada ocorre em 2009.
As cidades americanas que
podem integrar tal lista terão
projetos ancorados pela iniciativa privada. Em novembro último, durante entrevista à Folha, Jim Scherr, presidente do
Usoc, já havia alertado que projetos dependentes de verba pública perderiam prestígio.
"Nos EUA, para se organizar
uma Olimpíada ou um Pan-Americano, só levamos em
conta verbas da iniciativa privada. O governo, aqui, não investe diretamente nesses eventos, não financia o nosso comitê
olímpico nem atletas que competem no Pan ou na Olimpíada", afirmou na época.
O feito, aliás, não é inédito.
Em 1984, a própria Los Angeles
dispensou ajuda financeira do
governo. Com direitos de TV e
verba de empresas, os organizadores bancaram com folga o
custo da Olimpíada -US$ 470
milhões- e ainda geraram lucro de US$ 150 milhões.
"Consultamos diversos dirigentes, especialmente, na Europa, para saber se nossas cidades tinham chances. Recebemos ótimas respostas", afirma
Peter Ueberroth, do Usoc.
O Brasil esteve na disputa pelos Jogos de 2012, vencida por
Londres. Rio e São Paulo competiram por cerca de sete meses até 7 de julho de 2003, com
a escolha carioca. Na época, o
orçamento do Rio previa o gasto de R$ 12 bilhões, em valores
atualizados. O projeto fracassou. A candidatura teve notas
decepcionantes em quase todos os 11 itens analisados pelo
COI. A pior veio no quesito infra-estrutura geral -3,1.
Com agências internacionais
Texto Anterior: Régis Andaku: Tem quem quer Próximo Texto: Sede: Questão geográfica não intefere Índice
|