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Sem estatal, paraatletas enxugam preparação
Petrobras decide financiar somente delegação olímpica para Pequim-08
Companhia alega problema burocrático e desiste de paraolímpicos, que planejam orçamento mais modesto para competir em setembro
ADALBERTO LEISTER FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL
O Comitê Paraolímpico Brasileiro ficou sem verba da Petrobras para a preparação da
delegação para os Jogos de Pequim-08. Os gastos seriam de
R$ 10.002.708,83. Agora, o orçamento terá que ser revisto.
"Ainda estamos estudando
um novo valor. Mas seguramente será bem menor do que
esse", admite Andrew Parsons,
secretário-geral do comitê.
Em comunicado enviado a
suas filiadas no último dia 2 e
obtido pela Folha, Vital Severino Neto, presidente do CPB,
afirma que "estranhamente e
de forma inesperada, no dia 27
de dezembro de 2007, a Petrobras informou que não havia
mais interesse por parte da empresa em patrocinar o Projeto
CPB Rumo a Pequim".
O apoio estatal fora costurado pelo Ministério do Esporte,
que havia conseguido o financiamento da preparação para a
Olimpíada e a Paraolimpíada. A
verba viria através do uso da lei
de incentivo fiscal, que destina
1% do imposto devido de pessoa jurídica para financiamento de projetos esportivos.
No entanto, apenas o Comitê
Olímpico Brasileiro, com gasto
estimado de R$ 26.993.996,95,
foi contemplado. A Petrobras,
que ainda irá anunciar o apoio
ao COB, não se pronuncia sobre o assunto. A estatal só afirmou que o CPB não cumpriu
um procedimento burocrático.
"O que me foi passado verbalmente pela Petrobras é que
não haveria tempo hábil para
eles cumprirem com seus trâmites", retruca Parsons.
Segundo o CPB, sem a estatal, a preparação será afetada.
"Estamos verificando se há
outra possibilidade de conseguir recursos que possam atender a uma parte do planejado
pelas entidades nacionais, com
base na lei de incentivo ao esporte", disse Severino, em ofício enviado às filiadas ao CPB.
A alternativa, além de cortar
custos, será destinar mais recursos de Lei Piva e do patrocínio da Caixa Econômica Federal para a preparação do time.
Via Lei Piva, que destina parte da arrecadação das loterias
ao esporte olímpico e paraolímpico, o CPB deve receber R$
cerca de 12 milhões neste ano.
Já o patrocínio da Caixa foi de
R$ 4,9 milhões em 2007.
"Acreditamos que possamos
ter um aumento de uns 20%
em 2008, por causa da Paraolimpíada", estima Parsons.
O comitê planeja um salto de
qualidade na Paraolimpíada,
que será disputada de 6 a 17 de
setembro. "Não fazemos projeção sobre conquista de medalhas para não gerar pressão nos
atletas. Mas nosso objetivo é ficar em 12º na classificação", espera o dirigente. Em Atenas, o
Brasil ficou com a 14ª posição.
Questionado se irá ajudar o
CPB a conseguir novo financiador, o Ministério do Esporte
não se pronunciou ontem.
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