São Paulo, quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Sem estatal, paraatletas enxugam preparação

Petrobras decide financiar somente delegação olímpica para Pequim-08

Companhia alega problema burocrático e desiste de paraolímpicos, que planejam orçamento mais modesto para competir em setembro


ADALBERTO LEISTER FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL

O Comitê Paraolímpico Brasileiro ficou sem verba da Petrobras para a preparação da delegação para os Jogos de Pequim-08. Os gastos seriam de R$ 10.002.708,83. Agora, o orçamento terá que ser revisto.
"Ainda estamos estudando um novo valor. Mas seguramente será bem menor do que esse", admite Andrew Parsons, secretário-geral do comitê.
Em comunicado enviado a suas filiadas no último dia 2 e obtido pela Folha, Vital Severino Neto, presidente do CPB, afirma que "estranhamente e de forma inesperada, no dia 27 de dezembro de 2007, a Petrobras informou que não havia mais interesse por parte da empresa em patrocinar o Projeto CPB Rumo a Pequim".
O apoio estatal fora costurado pelo Ministério do Esporte, que havia conseguido o financiamento da preparação para a Olimpíada e a Paraolimpíada. A verba viria através do uso da lei de incentivo fiscal, que destina 1% do imposto devido de pessoa jurídica para financiamento de projetos esportivos.
No entanto, apenas o Comitê Olímpico Brasileiro, com gasto estimado de R$ 26.993.996,95, foi contemplado. A Petrobras, que ainda irá anunciar o apoio ao COB, não se pronuncia sobre o assunto. A estatal só afirmou que o CPB não cumpriu um procedimento burocrático.
"O que me foi passado verbalmente pela Petrobras é que não haveria tempo hábil para eles cumprirem com seus trâmites", retruca Parsons.
Segundo o CPB, sem a estatal, a preparação será afetada.
"Estamos verificando se há outra possibilidade de conseguir recursos que possam atender a uma parte do planejado pelas entidades nacionais, com base na lei de incentivo ao esporte", disse Severino, em ofício enviado às filiadas ao CPB.
A alternativa, além de cortar custos, será destinar mais recursos de Lei Piva e do patrocínio da Caixa Econômica Federal para a preparação do time.
Via Lei Piva, que destina parte da arrecadação das loterias ao esporte olímpico e paraolímpico, o CPB deve receber R$ cerca de 12 milhões neste ano. Já o patrocínio da Caixa foi de R$ 4,9 milhões em 2007.
"Acreditamos que possamos ter um aumento de uns 20% em 2008, por causa da Paraolimpíada", estima Parsons.
O comitê planeja um salto de qualidade na Paraolimpíada, que será disputada de 6 a 17 de setembro. "Não fazemos projeção sobre conquista de medalhas para não gerar pressão nos atletas. Mas nosso objetivo é ficar em 12º na classificação", espera o dirigente. Em Atenas, o Brasil ficou com a 14ª posição.
Questionado se irá ajudar o CPB a conseguir novo financiador, o Ministério do Esporte não se pronunciou ontem.


Texto Anterior: África: Técnico brasileiro assume seleção de Zimbábue
Próximo Texto: Delegação do Brasil pode ser reduzida
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.