São Paulo, domingo, 10 de janeiro de 1999

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Dinheiro do cigarro paga as contas da BAR

da Reportagem Local

A BAR, sigla para British American Racing, é fruto da união de três sócios: Craig Pollock, a multinacional de cigarros British American Tobacco e a Reynard, maior fábrica do mundo de chassis para carros de corrida.
Cada parceiro teria um terço das ações da equipe e é responsável por sua área específica.
Pollock é o rosto que aparece, é quem fala pela BAR. Formalmente, é o dono da equipe e o encarregado do contato com pilotos, engenheiros e com a FIA.
O inglês Adrian Reynard, dono da Reynard, é o responsável pelo desenvolvimento aerodinâmico do carro. Bem sucedida na Indy e em categorias de base, sua empresa parte para o maior desafio desde que foi fundada, em 1973.
Reynard confiou o design do carro a Malcolm Oastler, um projetista australiano pouco conhecido, criador do chassi 951, que venceu 13 provas na Indy em 1995, incluindo as 500 Milhas de Indianápolis, com Jacques Villeneuve.
A terceira parceira, a British American Tobacco, é a encarregada de pagar as contas.
Todos os anos, a multinacional vende cerca de 700 bilhões de cigarros em mais de 50 países. Possui 12,8% do mercado global de tabaco e é proprietária de marcas como John Player Special, Lucky Strike, Pall Mall, Kent, Barclay, Kool e a brasileira Hollywood.
Uma de suas marcas, a Gold Leaf, fez história na F-1, inaugurando uma era no patrocínio à categoria.
Na década de 60, a TV britânica começou a restringir a publicidade de cigarro, vetando qualquer referência ao produto.
Os homens da Gold Leaf enxergaram na F-1 uma possibilidade. Patrocinando uma equipe, sua marca estaria sendo veiculada na TV. E o melhor: associada a um esporte de alto nível.
As redes britânicas contra-atacaram, anunciando que não transmitiriam mais os GPs caso uma equipe fosse patrocinada por cigarro.
A Gold Leaf, então, deu o xeque-mate: associou-se à Lotus, comprando parte de sua estrutura. Surgia aí o "Gold Leaf Team Lotus".
A estratégia da BAR, 30 anos depois, é semelhante. A FIA ameaça banir o cigarro da F-1 até 2002. Comprando uma equipe e, principalmente, batizando-a, a BAR escapa dessas restrições. (FSx)



Texto Anterior | Próximo Texto | Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.