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VÔLEI
Torneio inchado, sem estrangeiros e com calendário apertado consegue deixar classificação parelha
Superliga troca nível por equilíbrio
da Reportagem Local
A Superliga masculina de vôlei
reencontrou a seu modo o equilíbrio que debandara da competição nas duas últimas temporadas.
Esse ""cenário ideal", com três
pontos separando o líder Report-Nipomed do sétimo, o Lupo-Náutico (vitória vale dois pontos,
derrota, um), esconde a discutível
qualidade técnica do torneio.
O que o então Olympikus fez
em 99 pode ser tomado como
proeza: terminou invicto a fase
classificatória com 22 vitórias
-garantiu de antemão vaga nas
semifinais onde foi eliminado.
Líder (em pontos), o Report-Nipomed soma 11 vitórias e quatro
derrotas. Com uma partida a menos, o Minas também alcançou 11
vitórias. Na última edição, a equipe abaixo do Olympikus era o Banespa (12 vitórias e três derrotas)
-ou seja, o então segundo colocado tinha melhor aproveitamento que o atual ponteiro.
""Se você me perguntar como espectador, vou dizer que o campeonato está bom. Se me perguntar como técnico, a resposta é outra", diz Ricardo Navajas, treinador do Report.
Navajas recorre à posição de
Bento Gonçalves para exemplificar a reviravolta na Superliga: último colocado em 98/99 (com três
vitórias), já conseguiu até agora 5
vitórias em 15 jogos. Pelo menos
duas podem ser tomadas como
significativas: bateu o próprio Report e a Ulbra/Compaq. Detalhe:
não fez grandes contratações.
Dois fatores, segundo técnicos e
atletas, fomentaram o dueto equilíbrio na tabela/queda no nível
das partidas na Superliga:
1) calendário apertado, que prevê até quatro partidas em dez dias
para cada equipe, resultado do inchaço do evento. O número de
participantes passou de 12 para
14. Hoje, são 13- o Maringá, falido, desistiu depois de ter disputado (e perdido) 13 partidas.
2) redução no investimento.
Só o Minas pode ser enquadrado como ""supertime", por ter
Carlão, Maurício, Giba e André,
todos da seleção. No ano passado,
Report, com Maurício e Giba,
mais Max, Olikhver e Filipov, rivalizava com o Olympikus, de
Nalbert, Douglas, Marcelo Elgarten e Marcos Milinkovic.
O mesmo aperto financeiro -o
Report, por exemplo, teve seu orçamento reduzido de R$ 2,5 milhões para R$ 1,5 milhão- tirou
da Superliga cinco estrangeiros:
todos migraram para o Italiano. A
eles se juntaram Nalbert e Elgarten. No Japão, estão Lilico, segundo maior pontuador de 99, e Gílson, bicampeão pela Ulbra.
""Nós estamos num campeonato sem descanso, em que você não
treina, só recupera jogador", comenta Ricardo Navajas, técnico
do Report/Nipomed. ""Chegamos
a fazer quatro jogos em pouco
mais de uma semana. É desumano. Não vai ganhar a melhor equipe, mas aquela que conseguir levar o elenco inteiro até o fim."
""Os times se deram conta que
num ano em que teriam que ceder
por muito tempo atletas à seleção
valeria mais à pena montar um time equilibrado e ir mesclando",
diz Jorge Schmidt, da Ulbra.
""Com o ranking de atletas, regra
nova (em que toda disputa de bola vale ponto) e sem estrangeiros,
o campeonato emparelhou. Mas
há jogos de nível mais baixo."
As estatísticas confirmam a tendência de queda, embora não
acentuada, da performance das
equipes nos fundamentos.
Comparado com igual período
de 98/99 (com a maioria das equipes somando 14 partidas), a eficácia dos ataques é menor 2,93%:
passou de 34,04% para 31,11%.
Para baixo seguiu também o
acerto dos levantadores -cujo
sucesso está associado ao do ataque. A eficácia passou de 49,16%
para 46,85%, ou seja, menor
2,31%. Ataques menos eficientes
resultam num salto do quesito defesa: de 0,70% para 5,25%.
Capitão da seleção, o atacante
Carlão, do Telemig/Minas, questiona o número de participantes.
""Não quero menosprezar o Maringá. Mas não é aceitável que um
time entre só para fazer número e
perder todos os jogos. Temos que
pensar num torneio menor e numa segunda divisão para os times
que podem crescer."
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