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FUTEBOL
Romário
MARCOS AUGUSTO GONÇALVES
EDITOR DE OPINIÃO
Em entrevista a Jorge Kajuru, na TV Bandeirantes,
Romário, já em clima de balanço
de carreira, reivindicou para si
um lugar bastante ambicioso no
panteão do futebol brasileiro e internacional. Tem razão: ele foi
certamente um dos mais extraordinários atacantes que já pisaram os gramados desse planeta
em todos os tempos. Ele mesmo
colocou-se perto de Pelé e de Maradona como um desses craques
fundamentais na conquista de
uma Copa para seu país. É fato,
mas e o bicampeão Mané Garrincha, vai ficar de fora? O que fez
em 1962 não valeu? Ninguém vai
defender que ele jogava mais do
que o Romário?!
Não são apenas jogadores que
ganham Copas do Mundo, ou que
o fazem com peso decisivo, que
merecem subir ao altar dos grandes craques de futebol. Há muitos
outros. E quanto mais o tempo
passa, mais e mais eles vão aparecendo e passando a disputar um
lugar na história.
O problema é que as pessoas
adoram ver listas de melhores disso ou daquilo. É mesmo uma fascinação. Elas exigem escolhas dilacerantes e são quase sempre
"injustas", despertando polêmicas e paixões. Eu já cansei um
pouco dessas listas. Elas exigem
que eu considere este pior do que
aquele, mesmo quando eu os
acho equivalentes -este melhor
nisto, aquele, naquilo.
Gosto de pensar na diversidade
das virtudes, nas características
das várias posições, nos tipos físicos diferentes (não tendo dúvida,
porém, pelo que me foi dado ver,
de que Pelé é a síntese insuperável). É um prazer poder reunir
-e não ser obrigado a excluir-
laterais como Leandro, Nílton
Santos e Marinho, estilistas como
Didi, Ademir da Guia ou Falcão,
jogadores eficientes como Carpeggiani, magníficos como Beckembauer, extraordinários como Tostão, Reinaldo, Rivellino, Platini,
Zidane, Zico, para não mencionar os da fase romântica, que não
vi, mas confio em quem viu e me
contou, como Zizinho, Leônidas,
Puskas e Di Stéfano.
Romário diz que é melhor do
que Zico, por exemplo. Mas nunca bateu uma falta com a magia
do craque do Flamengo, que também cabeceava e lançava melhor,
embora perdesse na área. Pois na
área, minha gente, pode até ter tido igual, mas melhor do que Romário vai ser ruim de encontrar.
O presidente da CBF escolheu a
estratégia certa: está diminuindo
as áreas de atrito com os críticos.
Afinal, por que, já tendo tantos
problemas, insistir em pontos de
vista tão claramente equivocados? Sendo assim, Ricardo Teixeira houve por bem apoiar os pontos corridos no Brasileiro e concordou em diminuir o número de
participantes.
Agora, leio que vai corrigir um
"detalhe" importantíssimo do calendário, do qual esta coluna já
tratou: a Copa do Brasil. De fato,
não faz sentido que a competição
seja esvaziada com a ausência
dos times que disputam a Libertadores, justamente os melhores.
Ainda mais agora que o número
de participantes aumentou.
Rio x Sampa
É impressionante a diferença
de público entre o Estadual do
Rio e o de São Paulo. Os paulistas parecem bem menos motivados para o torneio, que tem
uma fórmula duvidosa: muitos
times inexpressivos a preços
muito expressivos.
Peneira
E o Flamengo, vai conseguir
manter a sensacional média?
Até aqui o "Mais Querido" tomou 11 gols em três jogos...
Roubada
Formar esse novo Corinthians
é o que se pode chamar de tremenda roubada. Não foi por
acaso que Júnior saiu fora no
ano passado, quando viu a encrenca. Juninho topou assumir.
Corre o risco de suar muito para abrir uma estrada para depois outro pavimentar e passar.
E-mail mag@folhasp.com.br
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