São Paulo, terça-feira, 10 de fevereiro de 2004

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FUTEBOL

Romário

MARCOS AUGUSTO GONÇALVES
EDITOR DE OPINIÃO

Em entrevista a Jorge Kajuru, na TV Bandeirantes, Romário, já em clima de balanço de carreira, reivindicou para si um lugar bastante ambicioso no panteão do futebol brasileiro e internacional. Tem razão: ele foi certamente um dos mais extraordinários atacantes que já pisaram os gramados desse planeta em todos os tempos. Ele mesmo colocou-se perto de Pelé e de Maradona como um desses craques fundamentais na conquista de uma Copa para seu país. É fato, mas e o bicampeão Mané Garrincha, vai ficar de fora? O que fez em 1962 não valeu? Ninguém vai defender que ele jogava mais do que o Romário?!
Não são apenas jogadores que ganham Copas do Mundo, ou que o fazem com peso decisivo, que merecem subir ao altar dos grandes craques de futebol. Há muitos outros. E quanto mais o tempo passa, mais e mais eles vão aparecendo e passando a disputar um lugar na história.
O problema é que as pessoas adoram ver listas de melhores disso ou daquilo. É mesmo uma fascinação. Elas exigem escolhas dilacerantes e são quase sempre "injustas", despertando polêmicas e paixões. Eu já cansei um pouco dessas listas. Elas exigem que eu considere este pior do que aquele, mesmo quando eu os acho equivalentes -este melhor nisto, aquele, naquilo.
Gosto de pensar na diversidade das virtudes, nas características das várias posições, nos tipos físicos diferentes (não tendo dúvida, porém, pelo que me foi dado ver, de que Pelé é a síntese insuperável). É um prazer poder reunir -e não ser obrigado a excluir- laterais como Leandro, Nílton Santos e Marinho, estilistas como Didi, Ademir da Guia ou Falcão, jogadores eficientes como Carpeggiani, magníficos como Beckembauer, extraordinários como Tostão, Reinaldo, Rivellino, Platini, Zidane, Zico, para não mencionar os da fase romântica, que não vi, mas confio em quem viu e me contou, como Zizinho, Leônidas, Puskas e Di Stéfano.
Romário diz que é melhor do que Zico, por exemplo. Mas nunca bateu uma falta com a magia do craque do Flamengo, que também cabeceava e lançava melhor, embora perdesse na área. Pois na área, minha gente, pode até ter tido igual, mas melhor do que Romário vai ser ruim de encontrar.
 
O presidente da CBF escolheu a estratégia certa: está diminuindo as áreas de atrito com os críticos. Afinal, por que, já tendo tantos problemas, insistir em pontos de vista tão claramente equivocados? Sendo assim, Ricardo Teixeira houve por bem apoiar os pontos corridos no Brasileiro e concordou em diminuir o número de participantes.
Agora, leio que vai corrigir um "detalhe" importantíssimo do calendário, do qual esta coluna já tratou: a Copa do Brasil. De fato, não faz sentido que a competição seja esvaziada com a ausência dos times que disputam a Libertadores, justamente os melhores. Ainda mais agora que o número de participantes aumentou.

Rio x Sampa
É impressionante a diferença de público entre o Estadual do Rio e o de São Paulo. Os paulistas parecem bem menos motivados para o torneio, que tem uma fórmula duvidosa: muitos times inexpressivos a preços muito expressivos.

Peneira
E o Flamengo, vai conseguir manter a sensacional média? Até aqui o "Mais Querido" tomou 11 gols em três jogos...

Roubada
Formar esse novo Corinthians é o que se pode chamar de tremenda roubada. Não foi por acaso que Júnior saiu fora no ano passado, quando viu a encrenca. Juninho topou assumir. Corre o risco de suar muito para abrir uma estrada para depois outro pavimentar e passar.

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