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Emerson ganha vaga, e Robinho, só aplausos
DO ENVIADO A HONG KONG
Um já é "homem". O outro ainda é um aprendiz. E essa diferença
foi fundamental para o destino
dos dois principais testes feitos
por Carlos Alberto Parreira ontem. Emerson e Robinho, dos
poucos que jogaram durante os
90 minutos, foram elogiados, mas
terão status diferentes nos jogos
das eliminatórias contra Peru e
Uruguai. O primeiro seguirá titular, e o segundo volta ao banco.
"Um jogador mais pesado e forte como o Emerson é muito útil. O
time não fica defensivo, já que ele
acaba liberando o apoio dos laterais sem expor demasiadamente a
defesa. Além disso, é preciso ser
muito homem para se impor em
Montevidéu", disse o técnico.
Já Robinho vai sair para dar lugar a Kaká. "O Robinho tem muito talento e só jogando vai ganhar
mais experiência. Ele já está marcando mais gols, mas pode melhorar", explicou o treinador, que
não viu problemas em tirar o atacante do lado esquerdo, faixa do
campo em que ele atua no Santos.
"Ele tinha liberdade de se movimentar por todo o ataque, mas
acabou ficando mais na direita
por causa da facilidade que encontrou no setor", afirmou.
E essa movimentação foi celebrada pelos companheiros do
santista no amistoso. "Tanto os
jogadores que não atuaram hoje
quanto os que entraram são ótimos. A diferença é que tivemos time mais driblador, que tentou as
tabelas com mais freqüência",
disse Ronaldinho. "Com o Robinho o time conseguiu abrir mais
espaços por causa da movimentação", completou Zé Roberto.
Recorde de dribles
Os números do Datafolha atestam que Robinho realmente teve
uma grande estréia como titular
da seleção principal. Contra Hong
Kong, ele deu nada menos do que
17 dribles, um recorde nesse fundamento na atual gestão de Parreira. Beneficiado por ter ficado
os 90 minutos no gramado, o santista foi ainda o brasileiro que
mais finalizou (oito), o que mais
deu assistências (três) e o mais
acionado (recebeu 60 passes).
Robinho entrou no ônibus da
delegação sem falar com os repórteres. Já Emerson comentou os
elogios de Parreira e o fato de novamente voltar a ser titular.
"Estou num momento legal da
minha carreira. Os jogos contra o
Uruguai sempre são difíceis e diferentes. Gosto de atuar nesse tipo
de partida", afirmou o volante,
que até ontem estava havia mais
de um ano sem ser titular e ficará
possivelmente com a vaga que vinha sendo ocupada por Renato.
Além de Kaká, todos os outros
titulares que não jogaram ontem
pelo veto de seus clubes -Dida,
Roque Júnior e Ronaldo- vão
voltar ao time. Parreira e a CBF
nem cogitam repetir a punição
aos que faltaram ao amistoso beneficente contra o Haiti em 2004.
"Há uma determinação da Fifa
sobre isso. Acatamos sem discussão", disse o técnico. "O Haiti era
um momento histórico. Contra
Hong Kong é diferente", afirmou
o assessor de imprensa da CBF,
Rodrigo Paiva.(PC)
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