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AÇÃO
Swell permanente
CARLOS SARLI
COLUNISTA DA FOLHA
Essa história começa
quando um surfista, um corretor de imóveis, um ex-dono de
restaurante e um biologista marinho se encontram no outside. Estamos em 2001, na Califórnia. O
mar, flat há alguns dias, deixa os
esportistas entediados, e eles então falam sobre a onda perfeita e
como seria bom não ficar à mercê
de Netuno esperando pelo dia em
que o swell finalmente entraria.
Para provar que as melhores
idéias nascem de papos aparentemente desinteressados e juvenis,
foi ali que veio à tona o plano de
se construir um parque de ondas,
um lugar que abrigasse a onda
perfeita todos os dias do ano.
Jamie Meiselman, o surfista,
parte para um mestrado em business, na Universidade de Columbia. Lá, ele coloca seu master plan
no papel, criando o modelo de negócios ideal para um surf park.
No papel funciona, e, antes mesmo de terminar o mestrado, Meiselman já encontra financiamento para a empreitada.
E, assim, eles lançam ao mundo
a idéia original e revolucionária:
uma rede de parques de surfe será
construída nos EUA: Orlando primeiro, Nova York na seqüência,
outras mais tarde. A intenção não
é recreação nem entretenimento
familiar. Isso, eles sabem, meia
dúzia de outros estabelecimentos
que reproduzem ondas já fazem
pelo mundo. O Surfpark será
construído para que surfistas de
verdade possam treinar, e aspirantes, aprender. Não pretendem
nem pôr areia em praias artificiais: só reproduzir indoor as melhores ondas do mundo. Tanto
que, antes de o parque ser aberto
(Orlando deve ser inaugurado em
2006 e Nova York logo depois), os
profissionais Damien Hobgood e
Shea e Cory Lopez já foram contratados para treinar ali.
Armados de tecnologia de vanguarda, que permite que mais de
40 tipos das ondas sejam reproduzidas, os idealizadores esperam
conquistar a preferência de surfistas de ponta, que poderão, indoor, treinar uma mesma manobra à exaustão, sem que seja preciso esperar que o swell, o vento, a
maré e a temperatura, entre outros fatores, contribuam.
O parque terá três tipos de piscinas. Uma para treino, capaz de
gerar ondas de até 4 pés. Outra, a
flowride, para quem quer aquecer
pernas e braços. E uma terceira, a
Big Surf, para marolas bem maiores, que podem ser de até 8 pés.
Pelos cálculos de Meilselman,
quando a piscina de treinamento
estiver com capacidade máxima
(36 surfistas) cada um terá que
esperar 6 minutos pela próxima
onda e, em uma sessão de duas
horas (que vai custar US$ 35 nessa piscina, US$ 50 na Big Surf e
US$ 25 na flowride), cada esportista terá conseguido dropar entre
15 e 20 ondas. A maior das piscinas terá o tamanho de duas olímpicas e será capaz de "segurar"
uma onda que quebra por 100 m.
Os idealizadores do surfpark
acreditam que estão prestes a revolucionar o mundo do surfe. É
possível, mas é de se duvidar que,
dentro de quatro paredes, consigamos melhorar aquilo que a natureza vem refinando há milhões
de anos. De qualquer jeito, pode
ser uma excelente opção para lugares como Orlando e para os
dias de flat. Vale o ingresso.
Seja sócio
A anuidade do Surfpark é de US$ 625 (lugar garantido apenas fora de
temporada) e US$ 2.000 (lugar garantido o ano inteiro).
Mundial de surfe - WCT
Fora do Tour-2004 por contusão, Mick Fanning (AUS) volta na abertura da temporada, em 1º de março, na Austrália. Peterson Rosa está
treinando por lá e, por isso, deixou de disputar o WQS de Noronha.
Mundial de surfe - QS
Segunda-feira começa o cinco estrelas em Fernando de Noronha
(PE) e na terça o quatro estrelas em Pipeline, Havaí. A noticiada participação de Kelly Slater na etapa brasileira não está confirmada pela
lista de inscritos. A etapa terá flashs ao vivo pela TV Globo.
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