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dna verde
Palmeiras do passado é rei da prancheta paulista
Ex-atletas e técnicos do time comandam nove clubes do Estadual, um recorde
Profissionais dizem que fase ruim do time, que hoje pega o Bragantino, acontece pela mesma instabilidade da época em que estavam lá
PAULO COBOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Explicar a má fase crônica do
Palmeiras, que hoje pega o Bragantino, não é fácil. Mas, se o
clube desejar, pode encontrar
especialistas no assunto no
banco de reservas de seus adversários no Paulista-2007.
O "DNA palmeirense" aparece de forma arrebatadora nos
técnicos da competição. Dos 19
rivais da equipe, nove são comandados por ex-atletas palmeirenses ou treinadores com
passagens pelo clube. Corinthians e São Paulo não atingem
nem a metade dessa marca.
Na lista aparecem nomes
ilustres, como Vanderlei Luxemburgo e Emerson Leão.
Também estão nela gente que
faturou títulos na era Parmalat,
como Sérgio Soares, no Barueri, e Rincón, no São Bento. Mas
o grosso de ex-palmeirenses
empregados hoje como treinadores no Estadual são profissionais da época da fila de títulos que durou quase 20 anos,
entre as décadas de 70 e 90.
O ex-zagueiro Toninho, por
exemplo, comanda o Guaratinguetá. O ex-volante Júnior, que
agora é Dorival Júnior, chefia o
vice-líder São Caetano. Edu
Marangon está no Juventus.
Isso sem falar da segunda divisão, onde Vágner Benazzi, lateral-direito de uma das épocas
mais sombrias do Palmeiras
(início da década de 80), faz
campanha excepcional com a
Portuguesa -o time lidera o
certame com 19 pontos conquistados em 21 possíveis.
A enxurrada de ex-palmeirenses não se resume à chefia
das comissões. O ex-goleiro
Ivan auxilia Dorival Júnior no
São Caetano. O ex-meia Betinho faz o mesmo com Edu Maragon no Juventus, assim como
o ex-zagueiro Eduardo com Toninho no Guaratinguetá.
Os ex-palmeirenses, quase
sempre alegando uma questão
ética, evitam falar sobre o atual
momento do clube. Mas deixam escapar que problemas de
duas décadas atrás persistem
no Parque Antarctica.
"Com exceção da época da
Parmalat, o Palmeiras é um
clube em que qualquer resultado ruim é motivo para tudo, para achar que um jogador já não
presta mais", diz Benazzi, que
dá como exemplo seus tempos
de jogador. "Em dois anos, eles
contrataram mais de 70 jogadores. A cada duas partidas o time mudava. Sempre faltou no
Palmeiras um diretor que não
tivesse medo", completa.
Seu colega Dorival Júnior vai
pelo mesmo caminho. "A cada
quatro meses eles montavam
um time [diferente]", afirma o
ex-volante, que defendeu o clube por quatro anos, parte deles
com Leão como treinador.
Toninho, capitão do time por
anos na época da fila, não hesita
em receitar ações para o Palmeiras voltar aos bons tempos.
"O clube precisa de um ex-jogador capacitado, de preferência com passagem por lá, para
dar respaldo aos atletas e treinador", diz. Segundo ele, dessa
forma a equipe teria a estabilidade que poucas vezes teve.
O técnico do Guaratinguetá,
aliás, teve seu nome cotado para ocupar uma função dessas
no Palmeiras. "Soube por meio
de amigos comuns que meu nome foi lembrado pelo Gilberto
Cipullo [diretor de futebol],
mas não houve convite", afirma
Toninho, que já teve passagens
como coordenador na Portuguesa Santista e no Fortaleza.
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