São Paulo, terça, 10 de fevereiro de 1998

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FUTEBOL
Wanderley Luxemburgo afasta Edílson, detido na madrugada de ontem, e Vampeta, que o acompanhava
Crise corintiana "pára' na delegacia

Moacyr Lopes Júnior/Folha Imagem
O corintiano Edílson (à esq.) deixa o 23º DP ao lado de Vampeta após instauração de inquérito policial


LUIZ CESAR PIMENTEL
da Reportagem Local

Para ampliar ainda mais a crise do Corinthians, que vem de cinco derrotas consecutivas, o técnico Wanderley Luxemburgo afastou ontem do time o meia-atacante Edílson e o meia-lateral Vampeta.
Edílson foi detido às 3h30 de ontem sob a acusação de desacato a autoridade. Ele estava acompanhado de Vampeta.
Os dois não viajaram com a equipe que enfrenta hoje o Itabaiana, em Sergipe, pela Copa do Brasil, e que quinta pega o Vasco, no Rio, pelo Rio-São Paulo.
"Eles não viajam e, quando voltarmos (sexta), vamos ver. Hoje, estão afastados", disse o técnico.
Além de Edílson e Vampeta, não viajaram o zagueiro Célio Silva, contundido, e o goleiro Ronaldo, que não renovou contrato.
Segundo boletim de ocorrência registrado pelo policial militar Edivânio Marques da Silva, 22, no 23º Distrito Policial, no bairro de Perdizes (zona noroeste de São Paulo), o jogador estava sendo autuado por "estacionamento irregular quando foi reclamar da multa proferindo palavras de baixo calão". O PM levou uma testemunha até a delegacia.
"Eu não dirigi o palavrão para ele. Só reclamei que tinha sido multado", defende-se o jogador.
Edílson e Vampeta estavam acompanhados do meia Paulo Isidoro, do Guarani. Os três jantaram na casa de Edílson, assistiram à vitória da seleção brasileira sobre El Salvador por 4 a 0 e ficaram ouvindo o meia-atacante tocar cavaquinho até as 2h30.
Saíram para tomar um lanche, e o jogador estacionou o seu veículo, um jipe Grand Cherokee, placa EMI-1106, em fila dupla na avenida Doutor Arnaldo, esquina com a rua Major Natanael.
A discussão começou após o policial multar o jogador, que foi algemado.
Segundo a Administração da Polícia Militar, além da multa por estacionamento em fila dupla, o jogador estava sem a documentação do veículo. Ela havia sido apreendida por uso de insulfilm nos vidros do jipe, uma película escura que serve para reduzir luminosidade e calor no interior do veículo.
Como não retirara a película, foi multado novamente por isso. Uma quarta infração foi cometida pelo jogador, pois deixou o pisca-pisca aceso sem necessidade.
Registradas todas essas infrações, o jogador deverá somar 22 pontos pelo novo Código Nacional de Trânsito e ter a carteira de motorista suspensa por um ano, além de participar de reciclagem.
Só às 8h, após instauração de inquérito policial, Edílson e Vampeta, que o acompanhou como testemunha, foram liberados.
"Se houver constatação do desacato, ele responderá a processo", afirma o delegado titular do 23º DP, Joaquim Dias Alves, 44.
A pena prevista nesse caso é detenção de seis meses a dois anos ou pagamento de multa.
em NA TV - Itabaiana x Corinthians - SBT, 21h40 (menos Aracaju)



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