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+ESPORTE - PENSE
Medicina esportiva deixa os campos e invade o cotidiano
da Reportagem Local
Foi-se o tempo em que médico esportivo era sinônimo de
ortopedista. Hoje, algumas faculdades de medicina oferecem
cursos de especialização na área
esportiva e, cada vez mais, tanto
os grandes clubes de futebol como as academias -os campos
de trabalho mais comuns para
quem atua nessa área- exigem
profissionais especializados em
medicina do esporte.
"A ortopedia e a traumatologia formam apenas um dos
campos da medicina esportiva.
Não existe mais esse conceito na
medicina que vê o esporte somente como um meio de provocar lesões", afirma Turíbio
Leite de Barros, coordenador do
Centro de Medicina da Atividade Física e do Esporte da Escola
Paulista de Medicina/Unifesp,
uma das escolas que oferecem
cursos de especialização em medicina do esporte.
A medicina esportiva envolve
diversas disciplinas, como ortopedia, fisiologia, nutrição, diagnóstico, fisioterapia, fisiologia,
treinamento esportivo etc.
O curso da Escola Paulista,
que é aberto exclusivamente a
médicos, tem 30 vagas e duração de um ano e funciona como
uma especialização, em alguns
casos em substituição à residência médica.
A USP também oferece um
curso de pós-graduação na área,
nos mesmos moldes da Unifesp. No Rio de Janeiro, a Faculdade de Medicina da PUC é a
única que oferece esse curso,
coordenado pelo ortopedista
Lídio Toledo, que foi médico da
seleção brasileira de futebol por
31 anos.
"A medicina esportiva no futebol não serve só para o tratamento de doenças ou contusões, mas atua especialmente na
prevenção, em conjunto com
toda a comissão técnica e médica", diz Toledo.
Embora ainda não seja uma
disciplina obrigatória para os
alunos de graduação das faculdades, a medicina esportiva
vem ganhando cada vez mais
espaço nas escolas.
"A USP oferece a disciplina
como uma matéria optativa na
graduação, mas que é escolhida
e cursada por quase dois terços
dos alunos", diz João Gilberto
Carazzato, coordenador do curso de medicina esportiva da Faculdade de Medicina da USP.
Tratamento
Apesar de ser o campo mais
procurado pelos especialistas
em medicina do esporte, o
acompanhamento de atletas
não é a única opção para quem
tem interesse na área.
A prática de esporte ou atividade física é utilizada como forma de tratamento de diversas
doenças. "Muitos de nossos alunos são cardiologistas, pediatras, endocrinologistas, que
querem complementar seus conhecimentos para poder oferecer um tratamento mais completo para seus pacientes", conta Turíbio de Barros.
Um exemplo é o médico Marcelo de Castro César, que fez o
curso de especialização em medicina esportiva e trabalha hoje
na reabilitação de pacientes
com problemas cardíacos ou
pulmonares.
"O treinamento físico, em
uma proporção diferente do
treinamento de um atleta, é
uma forma de melhorar a qualidade de vida de muitos doentes
que não conseguem realizar atividades simples, como subir
uma escada ou andar alguns
quarteirões sem se cansar", conta.
(CCr)
E-mail mais.esporte@uol.com.br
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