São Paulo, sexta-feira, 10 de março de 2000


Envie esta notícia por e-mail para
assinantes do UOL ou da Folha
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

+ESPORTE - PENSE

Medicina esportiva deixa os campos e invade o cotidiano

da Reportagem Local

Foi-se o tempo em que médico esportivo era sinônimo de ortopedista. Hoje, algumas faculdades de medicina oferecem cursos de especialização na área esportiva e, cada vez mais, tanto os grandes clubes de futebol como as academias -os campos de trabalho mais comuns para quem atua nessa área- exigem profissionais especializados em medicina do esporte.
"A ortopedia e a traumatologia formam apenas um dos campos da medicina esportiva. Não existe mais esse conceito na medicina que vê o esporte somente como um meio de provocar lesões", afirma Turíbio Leite de Barros, coordenador do Centro de Medicina da Atividade Física e do Esporte da Escola Paulista de Medicina/Unifesp, uma das escolas que oferecem cursos de especialização em medicina do esporte.
A medicina esportiva envolve diversas disciplinas, como ortopedia, fisiologia, nutrição, diagnóstico, fisioterapia, fisiologia, treinamento esportivo etc.
O curso da Escola Paulista, que é aberto exclusivamente a médicos, tem 30 vagas e duração de um ano e funciona como uma especialização, em alguns casos em substituição à residência médica.
A USP também oferece um curso de pós-graduação na área, nos mesmos moldes da Unifesp. No Rio de Janeiro, a Faculdade de Medicina da PUC é a única que oferece esse curso, coordenado pelo ortopedista Lídio Toledo, que foi médico da seleção brasileira de futebol por 31 anos.
"A medicina esportiva no futebol não serve só para o tratamento de doenças ou contusões, mas atua especialmente na prevenção, em conjunto com toda a comissão técnica e médica", diz Toledo.
Embora ainda não seja uma disciplina obrigatória para os alunos de graduação das faculdades, a medicina esportiva vem ganhando cada vez mais espaço nas escolas.
"A USP oferece a disciplina como uma matéria optativa na graduação, mas que é escolhida e cursada por quase dois terços dos alunos", diz João Gilberto Carazzato, coordenador do curso de medicina esportiva da Faculdade de Medicina da USP.

Tratamento
Apesar de ser o campo mais procurado pelos especialistas em medicina do esporte, o acompanhamento de atletas não é a única opção para quem tem interesse na área.
A prática de esporte ou atividade física é utilizada como forma de tratamento de diversas doenças. "Muitos de nossos alunos são cardiologistas, pediatras, endocrinologistas, que querem complementar seus conhecimentos para poder oferecer um tratamento mais completo para seus pacientes", conta Turíbio de Barros.
Um exemplo é o médico Marcelo de Castro César, que fez o curso de especialização em medicina esportiva e trabalha hoje na reabilitação de pacientes com problemas cardíacos ou pulmonares.
"O treinamento físico, em uma proporção diferente do treinamento de um atleta, é uma forma de melhorar a qualidade de vida de muitos doentes que não conseguem realizar atividades simples, como subir uma escada ou andar alguns quarteirões sem se cansar", conta. (CCr)


E-mail mais.esporte@uol.com.br



Texto Anterior: Boxe - Eduardo Ohata: "Mico" oficial
Próximo Texto: Ex-jogador Sócrates é especialista
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.