São Paulo, sábado, 10 de março de 2001

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FUTEBOL

Sobrecarregados, Marcelinho e Ricardinho rendem menos e cobram do time, que tenta superar drama do 2º tempo

Corinthians tenta "ressuscitar" estrelas

Fernando Santos/Folha Imagem
Marcelinho (dir.) ri em treino do Corinthians, que enfrenta a Inter, com que divide o 14º lugar


EDUARDO ARRUDA
DA REPORTAGEM LOCAL

MARÍLIA RUIZ
ENVIADA ESPECIAL A SERRA NEGRA

De olho na reabilitação no Campeonato Paulista, o Corinthians espera hoje, às 16h, em Limeira, contra a Inter, "ressuscitar" o futebol de seus principais articuladores: Marcelinho e Ricardinho, sobrecarregados após o "desmanche" do elenco campeão paulista, mundial e bicampeão brasileiro.
Segundo o Datafolha, entre 1998 e 2000, Marcelinho recebia, em média, 43,9 bolas por jogo. Desde a Copa JH, porém, o jogador tem sido acionado 46,6 vezes.
Já Ricardinho, que recebia 36,4 bolas por partida, agora é acionado, em média, 46,5 vezes.
Mais vezes com a bola nos pés, os jogadores apresentam queda de rendimento nas finalizações.
Marcelinho, que tinha eficiência de 43,4% nesse fundamento, hoje não acerta mais do que 36,2%. Ricardinho tem média 36,8%, contra 43,4% na Libertadores-2000.
Marcelinho, além de estar errando mais, tem chutado menos. Antes, o meia-atacante, em média, dava 5,3 chutes a gol -agora, são 4,7 chutes por jogo.
"Essa queda de rendimento ocorreu em virtude das mudanças que tivemos nesse período. Mas não acredito que estatística ganhe jogo. Às vezes, chutamos dez vezes a gol, mas é o adversário quem marca", disse Ricardinho.
Marcelinho adotou um discurso semelhante. "As mudanças interferem bastante. Mas ninguém joga sozinho. O grupo todo tem que funcionar", declarou.
E, para o clube funcionar melhor, o técnico Wanderley Luxemburgo já elegeu seu trunfo para que o time conquiste a sua segunda vitória e deixe a antepenúltima posição do Paulista: Luizão.
Mesmo sem treinar no clube nesta semana -ele estava participando dos amistosos da seleção-, o atacante entra como titular hoje. Éwerthon será seu companheiro de ataque.
"Ele só não joga se tiver tido algum problema no avião", disse o treinador ontem de manhã.
Éwerthon, que ganhou a disputa com Paulo Nunes e Gil por uma vaga no time, disse que o maior desafio do Corinthians hoje é superar o "trauma" do segundo tempo -nos últimos dois jogos, a equipe saiu na frente, mas acabou, respectivamente, empatando e perdendo de virada.
Contra o São Caetano, o time acabou perdendo também o ponto extra nos pênaltis. Já o Guarani bateu a equipe por 2 a 1.
Para o lateral-esquerdo André Luís, que volta hoje a jogar em sua posição original, o problema é que o time está "fragilizado" e ainda não consegue reagir. "Sempre que sofremos um gol, toda a fase ruim vem à nossa cabeça."
O atacante Éwerthon concorda com o companheiro. "Os nossos adversários percebem que nos descontrolamos e se aproveitam."
Para Luxemburgo, a receita para que os insucessos no segundo tempo não se repitam hoje, contra a Inter de Limeira, é simples: "Paciência, confiança e controle".
"Os atletas já formam um grupo, gostam de estar juntos. Basta começar a ganhar e pronto."


NA TV - Globo, apenas para SP, e RedeTV!, ao vivo, às 16h




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